Mauro Cid delata participação de ex-assessor de Bolsonaro no 'gabinete do ódio'
Militar citou Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro para assuntos internacionais, como um dos responsáveis pelas estratégias de comunicação, baseadas em fake news
247 - A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tem apontado o envolvimento de pessoas cada vez mais próximas do círculo íntimo do ex-mandatário nos desvios e irregularidades cometidas ao longo de sua gestão. Segundo a coluna do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles, o depoimento do militar detalha a atuação de Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro para assuntos internacionais em estratégias digitais e de comunicação em redes sociais.
“Na CPI da Covid, Filipe Martins figurou na lista de indiciados pela suposta prática de incitação ao crime, artigo 286 do código penal. O relatório final da comissão, redigido por Renan Calheiros, apontou Martins como integrante de um 'núcleo formulador de fake news'", diz a reportagem. >>> Mauro Cid vai falar sobre a relação de Bolsonaro com a Jovem Pan e outros veículos alinhados à extrema-direita
O núcleo, que ficou conhecido como “gabinete do ódio”, era responsável pela divulgação de fake news e por promover ataques contra opositores e instituições democráticas. Martins também era uma espécie de conselheiro ideológico ligado à extrema direita durante o governo Bolsonaro.
Filipe Martins enfrentou turbulências em sua carreira quando, em março de 2021, durante uma sessão do Senado que ouvia o então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi acusado de fazer um gesto considerado racista pelo Ministério Público Federal. Apesar da pressão, Bolsonaro manteve Martins no cargo. Ele foi exonerado em janeiro deste ano, após a transição de governo, pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT).
Sete meses após a representação do MPF, o juiz Marcus Vinicius Bastos, da 12ª Vara Federal do Distrito Federal, julgou a acusação improcedente e absolveu Filipe Martins. Em julho deste ano, a Comissão de Ética da Presidência puniu o ex-assessor de Bolsonaro pelo gesto com aplicação de uma censura ética.
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