Mauro Cid presta depoimento à CGU e reafirma que Bolsonaro queria reaver joias sauditas
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro relata detalhes sobre pedido de regularização de presente retido pela Receita Federal
247 — Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, compareceu perante a Controladoria-Geral da União (CGU) para prestar depoimento sobre o caso das joias sauditas. Segundo Cid, Bolsonaro informou a ele em meados de dezembro de 2022 sobre a existência de um presente retido pela Receita Federal e pediu que ele checasse se era possível regularizar os itens.
De acordo com Cid, não houve uma ordem de recuperação do presente por parte do ex-presidente, mas sim uma solicitação para investigar a possibilidade de regularização. O ex-ajudante de ordens relatou que, em seguida, entrou em contato com Júlio César Vieira Gomes, então secretário especial da Receita, para obter mais informações.
Gomes confirmou a Cid que havia um pacote retido pela Receita Federal e que já existia um pedido de liberação dos itens datado de novembro de 2021, em nome do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Cid afirmou que Júlio César o orientou sobre como deveria ser feito o documento para solicitar à Receita a retirada do presente.
A maior parte das tratativas entre Cid e a Receita Federal aconteceu por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp, de acordo com o ex-ajudante de ordens. Segundo ele, esta ocasião foi a primeira vez em que a ajudância de ordens acionou a Receita Federal para pedir a incorporação de bens ao ex-presidente.
Mauro Cid, conhecido por sua proximidade com Bolsonaro durante seu mandato, está atualmente preso em uma operação da Polícia Federal que investiga o caso das joias sauditas e outros possíveis crimes relacionados.
O depoimento de Mauro Cid à CGU traz novos elementos à investigação em curso, fornecendo detalhes sobre a solicitação de Bolsonaro para regularizar as joias retidas pela Receita Federal. O desenrolar desse caso poderá lançar luz sobre possíveis irregularidades ou abusos de poder durante o período do ex-presidente no cargo.
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