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      Chacina em Jacarezinho foi também um ataque à democracia, dizem médicos em manifesto

      Segundo a Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia, a ação da polícia foi "um ataque à democracia" e "criminosa e ineficiente, realizada sob a responsabilidade do governador bolsonarista Cláudio Castro"

      Chacina do Jacarezinho (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)
      Juca Simonard avatar
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      247 - A Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia publicou um manifesto contra a Chacina do Jacarezinho, que ocorreu durante operação da Polícia Civil no último dia 6, no Rio de Janeiro.

      Segundo os médicos, a ação da polícia foi "um ataque à democracia" e "criminosa e ineficiente, realizada sob a responsabilidade do governador bolsonarista Cláudio Castro".

      "Esta ação policial foi um ataque à democracia porque desrespeitou uma decisão do STF, proibindo operações policiais nas favelas durante a pandemia, que continua matando mais de duas mil pessoas por dia no Brasil, pela omissão e políticas erradas do governo Bolsonaro", diz o manifesto.

      Os médicos exigem "que o Ministério Público conduza uma investigação independente, de acordo com as normas e padrões internacionais, para esclarecer os homicídios e o uso desproporcional e desnecessário da força policial". Veja na íntegra.

      Em defesa da vida

      Somos médicas e médicos que passam os dias tentando salvar vidas e diminuir o sofrimento das pessoas. Por isso, é com horror e revolta que assistimos a mais uma chacina cometida por policiais numa comunidade da periferia do Rio de Janeiro, no dia 7 de maio de 2021.
      Foram 29 pessoas mortas na favela do Jacarezinho, mais uma vez jovens e negras em sua maioria. 

      Nossa tristeza e indignação se tornam ainda maiores, porque sabemos que este crime bárbaro vai muito além das vidas perdidas, pois é também um ataque à democracia. Fragilizar a democracia significa abrir espaço para mais mortes violentas, apoiadas por uma política genocida de desrespeito aos direitos humanos.

      Esta política de violência é exercida dia e noite nas favelas e periferias do Rio de Janeiro e de outras cidades do país por seus órgãos de segurança pública. O resultado é o extermínio de pessoas vulneráveis, que moram em locais sem a presença de políticas públicas efetivas do Estado que deveriam melhorar suas condições de vida. 

      Esta ação policial foi um ataque à democracia porque desrespeitou uma decisão do STF, proibindo operações policiais nas favelas durante a pandemia, que continua matando mais de duas mil pessoas por dia no Brasil, pela omissão e políticas erradas do governo Bolsonaro

      Foi uma operação policial criminosa e ineficiente, realizada sob a responsabilidade do governador bolsonarista Cláudio Castro. Ineficiente porque seu pretexto era apreender armas e bandidos na favela do Jacarezinho, mas os policiais voltaram de mãos vazias e ensanguentadas. Basta comparar com a operação policial inteligente e eficiente, que resultou na maior apreensão de armas da história do Rio, na casa do vizinho e amigo do presidente Bolsonaro e não disparou um tiro sequer

      Não há nenhuma justificativa para este crime contra a população pobre. Nenhuma.

      Nosso dever é evitar mais mortes e sofrimento

      Por isso, exigimos que o Ministério Público conduza uma investigação independente, de acordo com as normas e padrões internacionais, para esclarecer os homicídios e o uso desproporcional e desnecessário da força policial. 

      E que os responsáveis, em todos os escalões, sejam exemplarmente punidos.

      Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia

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