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    Mercadante: Bolsonaro estrangula orçamento e comete crime contra a ciência

    “O obscurantismo e o boicote de Bolsonaro configuram-se como um verdadeiro crime contra a ciência”, afirmou o presidente da Fundação Perseu Abramo e ex-ministro, Aloizio Mercadante (PT) ao falar sobre a queima da placa de um servidor do CNPq

    Juca Simonard avatar
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    247 - O presidente da Fundação Perseu Abramo e ex-ministro, Aloizio Mercadante (PT) denunciou os ataques do governo Jair Bolsonaro contra a educação e o desenvolvimento científico no Brasil, ao falar sobre a queima da placa de um servidor do CNPq, que deixou servidores e colaboradores sem e-mails e com salários ameaçados.

    “Há um verdadeiro apagão em todos as funcionalidades do órgão, como a plataforma Carlos Chagas e a plataforma de currículo Lattes, além da paralisação de editais e de demais atividades do Conselho”, diz o ex-ministro.

    “O problema parece ser decorrente da falta de um contrato de manutenção e garantia e não é possível mensurar qual a real extensão do problema, inclusive em razão da falta de um backup”, destacou. 

    “O obscurantismo e o boicote de Bolsonaro configuram-se como um verdadeiro crime contra a ciência”, afirmou. Mercadante alega que o governo Bolsonaro é “negacionista e sem qualquer compromisso com a ciência, a tecnologia e a inovação, fundamentais para o desenvolvimento das sociedades contemporâneas”. “O custo de todo esse desmonte é muito alto e inaceitável”, concluiu em nota.

    Nota

    A comunidade científica foi surpreendida, esta semana, com a informação da queima da placa de um servidor do CNPq, com impactos devastadores para o órgão. Ao que parece, com exceção do site e do SEI, que não são abrigados nos servidores do Conselho, todos os demais sistemas do órgão estão inoperantes.

    Relatos dão conta de que os servidores e os colaboradores do CNPq estão sem e-mails e com salários ameaçados e que há um verdadeiro apagão em todos as funcionalidades do órgão, como a plataforma Carlos Chagas e a plataforma de currículo Lattes, além da paralisação de editais e de demais atividades do Conselho. O problema parece ser decorrente da falta de um contrato de manutenção e garantia e não é possível mensurar qual a real extensão do problema, inclusive em razão da falta de um backup. 

    Além de um grave problema de gestão, essa situação dramática é decorrente do desmonte que o governo Bolsonaro vem patrocinando na ciência, tecnologia e inovação do país, com um verdadeiro estrangulamento orçamentário do setor. O CNPq, por exemplo, vem atuando com o menor orçamento dos últimos 21 anos, apenas R$ 1,2 bilhão, uma verdadeira política de sucateamento e descaso com essa instituição tão fundamental para o fomento à pesquisa e à ciência. Com Bolsonaro, só em 2021, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações perdeu cerca de 29% de sua verba em relação aos recursos executados em 2020.

    Outro exemplo do desleixo de Bolsonaro com a ciência é a possibilidade de desligamento do supercomputador Tupã em razão do corte de energia. O Tupã é o principal dispositivo do Inpe para previsões climáticas é fundamental para o planejamento do governo no enfrentamento da estiagem e da crise hídrica.

    Infelizmente, vivemos uma completa paralisia do setor e precisamos urgentemente resgatar o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT para recolocar a ciência, a tecnologia e a inovação no centro do desenvolvimento nacional. O obscurantismo e o boicote de Bolsonaro configuram-se como um verdadeiro crime contra a ciência. 

    Trata-se de um governo negacionista e sem qualquer compromisso com a ciência, a tecnologia e a inovação, fundamentais para o desenvolvimento das sociedades contemporâneas. Por isso, coloca em risco uma instituição com mais de 70 contribuições para o Brasil, fundada depois da 2ª Guerra Mundial, em 1951, o CNPq. O custo de todo esse desmonte é muito alto e inaceitável. 

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