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    Militar do GSI que deu água aos terroristas bolsonaristas acompanhava Bolsonaro e Mourão em viagens

    José Eduardo Natale de Paula Pereira ocupava o cargo de coordenador de segurança de instalações dos palácios presidenciais no dia 8 de janeiro

    Militar José Eduardo Natale de Paula Pereira, lotado no GSI, serve água para invasores golpistas durante 8 de janeiro (Foto: Reprodução)

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    Rede Brasil Atual - O militar de camisa branca que aparece dentro do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro, e que dá água a criminosos que haviam invadido a sede do governo, é o capitão do Exército José Eduardo Natale de Paula Pereira, naquele dia coordenador de segurança de instalações dos palácios presidenciais. O capitão aparece circulando no terceiro andar, onde fica o gabinete da Presidência, e interage com os vândalos. No vídeo vazado ele tem o rosto escondido na edição divulgada pela rede CNN.

    Segundo o jornal O Globo, Pereira compunha a equipe de viagens do então presidente Jair Bolsonaro e do vice-presidente Hamilton Mourão. O militar formou-se na Academia Militar de Agulhas Negras e foi nomeado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) em 2020, na gestão do ex-ministro general Augusto Heleno, um dos bolsonaristas mais radicais e fiéis a Bolsonaro.

    Pereira já está em em inquéritos da Polícia Federal e na corregedoria interna do GSI sobre o ataque de 8 de janeiro. Ele está afastado do cargo, pela administração do agora ex-ministro Gonçalves Dias, desde a invasão ao Planalto.

    “À CNN com exclusividade”

    À CNN, mesma emissora de TV que divulgou vídeo com imagens editadas, o capitão disse “com exclusividade” que, ao cumprimentar os terroristas no Palácio, estava atuando para “conter danos”. “Foi para fazer a contenção de danos, para impedir que as pessoas entrassem no gabinete do presidente, que seria a última linha”, justificou. Ele afirmou que não prendeu invasores por estar sozinho contra uma multidão.

    Em 2022, entre muitas viagens, o capitão acompanhou a comitiva de Bolsonaro a Juiz de Fora (MG) e Foz do Iguaçu (PR), enquanto o então presidente fazia campanha pela reeleição. Ainda de acordo com O Globo, na maioria das vezes ele estava na equipe de Mourão. Em novembro último acompanhou o general a Portugal.

    Cappelli e Tomás Paiva

    Na tarde desta quinta-feira, o ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli, concedeu entrevista coletiva ao lado do comandante do Exército, general Tomás Paiva. Antes, ambos se reuniram com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Bastante questionado pelos jornalistas, Cappelli deixou claro que ainda está tomando ciência da situação que acaba de assumir.

    Ele enfatizou que está “começando a levantar os dados”. Depois de avaliar e “estudar” o cenário, declarou que vai apresentar ao presidente “uma opinião, uma avaliação da situação e de rumo”, o que deverá ser feito após a viagem de Lula a Portugal, para onde embarca hoje.

    O general Tomás Paiva afirmou que o Exército está colaborando. “A gente tá colocando todas as informações, tem muitas pessoas que tão ali (no vídeo vazado), então a gente tá colocando todas essas informações à disposição do ministro interino”, disse. O general acrescentou que a instituição que comanda “vai apoiar trocando todas as informações necessárias”.

    Ele foi perguntado sobre eventuais punições de participantes do ataque a Brasília e respondeu que “acho que é um problema da justiça”. “Então acho que compete à Justiça, de uma maneira geral, inclusive verificar onde a pessoa será julgada se eventualmente ela tiver culpa. Se processada, se é na esfera comum ou esfera militar.”

    Pressão de todos os lados

    Cappelli assume o GSI bastante pressionado. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a intimação “imediata” do ministro interino, para identificar todos os servidores civis e militares mostrados no vídeo vazado. Questionado, disse que apresentará.

    Moraes também deu 48 horas para a PF tomar o depoimento do ex-ministro do GSI Gonçalves Dias. Determinou ainda a identificação dos agentes das imagens vazadas que tiveram os rostos escondidos por recursos gráficos no vídeo da CNN Brasil. Todos devem ser ouvidos.

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