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    Ministro das Comunicações será o 1º demitido por Lula na Esplanada. Planalto quer que Juscelino peça demissão

    Presidente da República determinou ao ministro da Casa Civil que tenha conversa definitiva com Juscelino Filho. Manutenção de bolsonaristas no Ministério implode permanência

    Lula e Juscelino Filho (Foto: Ricardo Stuckert/PR | Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)
    Guilherme Levorato avatar
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    Por Luís Costa Pinto, da sucursal do Brasil 247 em Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva perdeu a paciência com o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, com quem jamais esteve numa agenda privada de trabalho. Ontem, embalado por cobranças de outros ministros do governo, Lula determinou a Rui Costa, da Casa Civil, que chamasse Juscelino para um sessão de aferição de consistência das explicações que não consegue dar em relação às denúncias de manipulação do orçamento “secreto” da União (em si, já uma excrescência política) para favorecer empreendimentos de sua família no Maranhão e empreiteiras de amigos e doadores de campanhas, além do uso de um voo da Força Aérea e o recebimento de diárias públicas para ir a São Paulo sob a justificativa de uma “agenda oficial” irrisória de apenas duas horas e meia tendo ficado quatro dias no estado e participado de leilões de cavalo no período. O ministro é um grande criador de cavalos de raça e a única proposta legislativa que apresentou em 2022 na Câmara dos Deputados foi a de criação do Dia do Cavalo. Por fim, o Palácio do Planalto amanheceu nesta quinta-feira com a informação - segura - de que Juscelino Filho mantinha indicados de Eduardo Bolsonaro em cargos técnicos relevantes na área de outorgas de radiodifusão no Ministério das Comunicações. Este poderá ser o estopim para implodir a permanência do ministro maranhense na equipe de Lula.

    Indicado para o ministério pelo senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), ex-presidente do Senado que conserva poder político e operacional sobre o orçamento secreto, Juscelino Rezende Filho sempre foi um deputado irrelevante na Câmara. Foi no chamado “baixo clero” parlamentar que ele construiu as relações com Alcolumbre, quando o hoje senador era deputado. O Ministério das Comunicações, outrora uma pasta vistosa e disputada na Esplanada dos Ministérios, vem sendo vilipendiada. Juscelino é um médico que parece cuidar de muitas operações privadas mas, nunca se dedicou às causas públicas que o exercício da Medicina ensejaria ou à pesada agenda que um ministro das Comunicações de um País pobre e desigual como o Brasil deveria ter.

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    O ministro das Comunicações nunca procurou marcar agendas de governo destinadas a tratar de como aplicar os R$ 3 bilhões que a pasta detém no Orçamento da União para investir na melhoria da rede wireless (wi-fi) destinada a servir instituições públicas de ensino - nos três níveis educacionais: Fundamental, Médio e Superior. Também não traçou, até agora, nenhum plano estratégico em torno de como planejar os investimentos para os R$ 1,2 bilhão do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), que estão parados na máquina estatal e podem beneficiar o acesso público e gratuito a sinal de Internet e streaming para a comunicação pública. Por fim, Juscelino Filho também não apresentou ainda nenhum plano estratégico para a retomada dos investimentos e do crescimento dos Correios, empresa pública que o presidente Lula retirou da lista de “privatizáveis” e para onde nomeou Fabiano Silva, advogado cujas ideias são diametralmente opostas àquelas do ministro das Comunicações.

    A demissão de Juscelino Filho está contratada no Palácio do Planalto. O ministro da Casa Civil será o algoz do colega, a quem o presidente da República reluta em receber privadamente em seu gabinete. No momento - e essa deve ser a agenda de Rui Costa e do ministro da Articulação, Alexandre Padilha, no curso desta quinta-feira - a ala política palaciana se dedica construir a saída do ministro das Comunicações sem maiores prejuízos para a contabilidade de votos com os quais o governo conta no Congresso. O União Brasil, partido de Juscelino, deu assinaturas decisivas para que o requerimento da CPMI do Dia 8 de Janeiro obtivesse o número regimental para instalação. Tal fato será cobrado de Davi Alcolumbre, padrinho de Juscelino Filho e a quem deverá caber a sugestão inicial por novo nome, e do vice-presidente do União, Antônio Rueda, que é quem manda de fato na articulação e no caixa partidário. 

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