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"Momento de cura", diz Silvio Almeida ao retomar Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, extinta por Bolsonaro

Ministro dos Direitos Humanos encabeçou a solenidade que reuniu autoridades, ativistas e familiares de vítimas da ditadura militar

Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (Foto: Clarice Castro - Ascom/MDHC)

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247 - O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, declarou reaberta a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, nesta sexta-feira (30), no Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados, em Brasília-DF. Em julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu recriar a Comissão Especial, extinta no final de 2022, durante o governo Jair Bolsonaro, ex-mandatário que chegou a fazer elogios à Ditadura Militar (1964-1985).

Silvio Almeida se emocionou em seu discurso, na abertura dos trabalhos, e definiu a reinstalação da Comissão como um “momento de cura” para o país. “A luta pela memória se transformou em uma batalha conta o revisionismo histórico que, agora, se dá no mundo digital. Não nos esqueçamos que as tragédias no Brasil se sucedem. O Brasil é um país que não tem rituais de morte: é um país sem luto, um país formado de tragédias e traumas. Portanto, a reinstalação da Comissão é um momento de cura, ritualístico e de respeito à morte e, portanto, é um momento de respeito à vida. As políticas de memória são políticas de cura, de cuidado e de respeito”, classificou.

Eugênia Gonzaga, presidente da Comissão, expressou sua gratidão pelo empenho coletivo. "É uma questão de reparação. Precisamos retomar o que foi destruído", defendeu.

Instituída pela Lei nº 9.140 de 1995, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos foi criada para reconhecer como mortas as pessoas que, entre 1961 e 1988, foram vítimas de perseguição política e desapareceram. Desde então, mais de 300 casos foram analisados, resultando no reconhecimento de mortes e no pagamento de indenizações às famílias. No entanto, as atividades da comissão foram interrompidas em 2022, no governo Bolsonaro, sendo agora retomadas com os esforços conjuntos entre o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e o governo federal.

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