Mourão minimiza plano de golpe bolsonarista e desafia: ‘pensar em dar golpe é crime?’
Trama golpista evolvia o alto escalão do governo anterior, incluindo Jair Bolsonaro. Ex-vice-presidente tenta se esquivar
247 - O senador Hamilton Mourão, ex-vice-presidente do Brasil, abordou em entrevista à revista Veja a suposta tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder após a vitória incontestável do presidente Lula em 2022. Ele questionou a gravidade de tais planos, sugerindo que o cerne da investigação da Polícia Federal (PF) poderia se resumir a uma discussão teórica: “vai ficar a discussão se pensar em dar um golpe é crime ou não”.
As declarações à PF apontam para a existência de uma trama golpista no alto escalão do governo anterior, envolvendo diretamente Jair Bolsonaro. Notavelmente, Marco Antonio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, e Carlos Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, descreveram como Bolsonaro tentou envolver as Forças Armadas em seus planos de questionar a legitimidade do processo eleitoral de 2022.
O general da reserva do Exército também comentou sobre as reuniões no Palácio da Alvorada no final de 2022, descrevendo-as como um processo de disse-me-disse. "Em relação ao disse-me-disse, tititi todo aí, reuniões no Palácio da Alvorada no final de 2022, é um processo em que fulano diz A, sicrano diz B… Vamos aguardar o final dessa investigação", afirmou Mourão.
Mourão fez ainda uma distinção entre o conceito de golpe e as medidas de Estado de Sítio e Estado de Defesa, argumentando que estas últimas não configuram um golpe. "Só que Estado de Sítio e Estado de Defesa não é golpe. Golpe é: você toma o poder, fecha o Congresso e, depois, você organiza. Como, por exemplo, Getúlio (Vargas) fez em 1937", disse.
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