Mourão qualifica manifestantes antifascistas como "baderneiros" e quer repressão
O general Hamilton Mourão, vice-presidente da República, em ameaça militar explícita, condena as manifestações democráticas e prega a repressão policial contra os protestos populares
247 - "A apresentação das últimas manifestações contrárias ao governo como democráticas constitui um abuso, por ferirem, literalmente, pessoas e o patrimônio público e privado, todos protegidos pela democracia", inicia o general Mourão em seu artigo no jornal O Estado de São Paulo, ignorando que as manifestações começaram pacíficas e que os atos de violência foram isolados e muitas vezes provocados pelas forças policiais.
Recorrendo a velho truque de retórica da direita, o general Mourão escreve que as manifestações ocorridas no Brasil são "umbilicalmente" ligadas ao "extremismo internacional".
Batendo na tecla de que os manifestantes são baderneiros, o general os ameaça com repressão: "Baderneiros são caso de polícia, não de política".
O general vai mais longe em seu argumento e ameaça também forças políticas que segundo ele querem fazer os manifestantes de "arma política". "Dirijo-me aos que os usam, querendo fazê-los de arma política; aos que, por suas posições na sociedade, detêm responsabilidades institucionais".
"É lícito usar crimes para defender a democracia? Qual ameaça às instituições no Brasil autoriza a ruptura da ordem legal e social? Por acaso se supõe que assim será feito algum tipo de justiça?" - questiona o general Mourão
O vice-presidente da República, por outro lado, chama de "exageros retóricos" "impensadamente lançados" as manifestações da extrema direita bolsonarista contra as instituições democráticas e o Estado democrático de direito. E faz novas acusações: "A prosseguir a insensatez, poderá haver quem pense estar ocorrendo uma extrapolação das declarações do presidente da República ou de seus apoiadores para justificar ataques à institucionalidade do País.
Finalmente, na tentativa de afirmar que o Brasil sob o governo de extrema direita de Jair Bolsonaro, o general Mourão não acha razoável "comparar o regime político que se encerrou há mais de 35 anos com o momento que vivemos no País".
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