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    MPF suspeita que arruaças bolsonaristas nas estradas tenham financiamento oculto

    “Ninguém abre mão de trabalhar por todo esse tempo se não há cobertura financeira por trás”, afirma Frederico Paiva, procurador que apura os bloqueios antidemocráticos nas estradas

    Manifestantes bloqueiam rodovia Castelo Branco, em Barueri, na Grande São Paulo 02/11/2022 (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

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    247 - O procurador do Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal Frederico Paiva disse suspeitar que os bloqueios rodoviários feitos por bolsonaristas que não aceitam o resultado das urnas sejam custeados por “financiadores ocultos”. 

    “Os caminhoneiros tinham cobertura por trás. Ninguém abre mão de trabalhar por todo esse tempo se não há cobertura financeira por trás”, afirmou Paiva nesta segunda-feira (7) em entrevista à Globonews, de acordo com o UOL

    Segundo o procurador, que integra um grupo do MPF responsável por investigar os bloqueios e as interdições provocados por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), a identificação dos supostos financiadores é mais importante do que punir os motoristas que participaram das manifestações contra o resultado da eleição, que deu a vitória ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    "É de fundamental importância identificar quem fomentou esse movimento, e que sofra severa punição", afirmou. "Se não conseguir punir, vai acontecer de novo". destacou Paiva. Ainda segundo o procurador, os indícios apontam a existência de crime eleitoral e de prevaricação por parte da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

    "Em relação à PRF, o que a gente questiona é essa suposta falta de ação logo após o resultado eleitoral, quando começaram esses bloqueios em rodovias federais. A gente quer saber se essa omissão da PRF tem alguma motivação política", afirmou. 

    Segundo a PRF, ainda são registrados bloqueios e interdições em rodovias de Rondônia, Pará, Santa Catarina e Mato Grosso.

    Leia também matéria da Rede Brasil Atual sobre o assunto:

    MPF vai apurar responsabilidade por atos antidemocráticos no Rio de Janeiro

    O Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), no Rio de Janeiro, instaurou inquérito civil para “garantir a prevenção e a responsabilização civil por atos, condutas e manifestações antidemocráticas e contrárias à ordem constitucional”. Diante das manifestações realizadas desde o anúncio do resultado das eleições presidenciais de 2022, o MPF acompanhou a situação dos bloqueios e interdições de estradas federais no estado, atuando para garantir a desobstrução das rodovias pelas forças e segurança.

    A PRDC realizou reuniões com órgãos federais e estaduais e o acompanhamento o desdobramento das ações, em atuação conjunta com procuradores plantonistas e do Controle Externo da Atividade Policial. No dia 1º de novembro foi criado um grupo de trabalho no âmbito da procuradoria, composto por 14 procuradores, para auxiliar na apuração de fatos relacionados ao fechamento de rodovias federais no estado e em eventuais fatos que constituam violação às instituições democráticas e ordem social e ao Estado de direito.

    Os procuradores regionais dos Direitos do Cidadão lembram que cabe ao MPF a defesa do regime democrático de direito, sustentam que o direito de livre manifestação deve ser harmonizado com o exercício de outros direitos fundamentais consagrados na Constituição e que “a capacidade de os movimentos sociais moverem a roda da história por meio de disputas acerca do sentido da Constituição e de mobilizações políticas não pode jamais ser confundida com o estímulo ao golpismo e a tentativa de construção de uma nova ordem autoritária.”

    O inquérito também deve apurar e buscar a responsabilização civil de pessoas, empresas e entes envolvidos na organização e a realização de interdições e bloqueios em rodovias federais do estado do Rio de Janeiro ou em outras circunstâncias, vinculadas ao mesmo contexto sociopolítico, que possam constituir violações a direitos fundamentais ou ao Estado de direito, às instituições democráticas e à ordem social.

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