Múcio se opõe a mudanças na previdência das Forças Armadas e militares ameaçam com tensionamento
“Tocar no vespeiro”, dizem os militares, poderia criar um ambiente de instabilidade entre os quartéis e o governo
247 - A proposta de revisão da previdência dos militares, sugerida na semana passada pela ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), está gerando tensões significativas no governo Lula (PT), informa o jornal O Globo. A ideia de cortar despesas com a aposentadoria dos militares encontrou forte resistência, especialmente no Ministério da Defesa, chefiado por José Múcio, e tem levantado preocupações sobre o impacto nas relações com as Forças Armadas.
Múcio, defensor de uma abordagem mais ampla e equitativa na revisão dos gastos públicos, tem argumentado que qualquer mudança na previdência militar deve ser acompanhada por um ajuste em outras áreas de despesas do governo, incluindo os chamados supersalários do Judiciário e de servidores do Executivo. Ele expressou essa posição a interlocutores e deve reforçá-la em uma reunião com o presidente Lula marcada para esta terça-feira (18) no Palácio do Planalto.
Militares de alta patente, preocupados com o possível impacto nas relações com o governo, veem a proposta como uma medida arriscada. “Tocar no vespeiro” da previdência dos militares poderia criar um ambiente de instabilidade entre os quartéis e o governo, em um momento em que a relação vem se normalizando desde os eventos do dia 8 de janeiro, que exigiram um esforço contínuo de apaziguamento.
Os defensores da atual estrutura previdenciária militar argumentam que a natureza do trabalho nas Forças Armadas justifica um regime diferenciado. "
A discussão ocorre em meio a um cenário fiscal desafiador. Em reunião com Lula, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e do Planejamento, Simone Tebet, apresentaram uma série de dados que revelam o déficit nas contas públicas. Com a pressão para cortar gastos e equilibrar o orçamento, a equipe econômica está buscando áreas onde as despesas possam ser reduzidas sem comprometer serviços essenciais.
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