Os ‘juristas do Reich’ estão defendendo Bolsonaro e espalhando notícias falsas, diz Pedro Serrano
Professor alerta para a disseminação de teorias fajutas, como a da prescrição dos crimes de Jair Bolsonaro e dos generais
247 – O jurista Pedro Serrano criticou duramente, neste domingo (24), no programa Bom Dia 247, a propagação de notícias falsas sobre a possível prescrição dos crimes atribuídos ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Serrano, essas informações seriam parte de uma estratégia deliberada para confundir a opinião pública e desacreditar a Justiça. "O Brasil hoje tem juristas do Reich fazendo defesa do Bolsonaro e infiltrando notícias na mídia", afirmou.
A declaração de Serrano foi uma resposta direta a matérias recentes, como a publicada pela Folha de S. Paulo, que sugerem que Bolsonaro poderia se beneficiar da prescrição de crimes ao completar 70 anos, em março de 2025. O jurista refutou categoricamente essa possibilidade, destacando que a prescrição mínima para os crimes investigados só ocorreria a partir de 2030. "As notícias sobre prescrição dos crimes de Bolsonaro são falsas. Minha suspeita é que sejam os juristas do Reich fazendo seu serviço", enfatizou.
Golpe de estado: crime já se inicia no planejamento
Serrano também destacou a gravidade dos crimes em apuração, que incluem tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e organização criminosa. "Esses crimes são gravíssimos. O plano era, inclusive, matar o ministro Alexandre de Moraes. No crime de golpe de Estado, o crime já se inicia pelo planejamento", alertou.
A complexidade do caso, segundo ele, também se dá pelo alto número de réus e testemunhas. "Temos hoje potencialmente 37 réus. Cada um tem direito a apontar oito testemunhas. São mais de 240 testemunhas só de defesa. Isso gera um tempo de tramitação longo, o que pode ser um modo de proteger os golpistas e fazer um mau trabalho técnico", explicou Serrano, reforçando a necessidade de paciência no andamento dos processos.
A estratégia dos juristas do Reich
O termo "juristas do Reich", utilizado por Serrano, remete a uma comparação com advogados e juristas que, durante o regime nazista, criaram narrativas jurídicas para justificar atos autoritários. Segundo ele, esses profissionais estariam hoje atuando para defender Bolsonaro e disseminar "teorias fajutas" como as de prescrição dos crimes antes mesmo do julgamento.
A reportagem da Folha de S. Paulo, que Serrano classificou como exemplo de desinformação, afirma que "Bolsonaro terá benefício em prescrição de crimes ao fazer 70 anos". Contudo, o jurista explicou que isso não ocorre no caso em questão. "A prescrição mínima, mesmo considerando os benefícios pela idade, só ocorrerá em 2030. Até lá, não há qualquer possibilidade de Bolsonaro se livrar dos processos", reiterou.
O impacto jurídico e político
Caso condenado pelos crimes investigados, Bolsonaro pode enfrentar penas que somam até 28 anos de reclusão, além de ficar inelegível por mais de 30 anos. Isso tornaria inviável sua volta ao cenário político até 2061, quando teria 106 anos. "Essas investigações são fundamentais para a consolidação do Estado democrático de Direito. Permitir que narrativas falsas prejudiquem a Justiça seria um retrocesso grave", concluiu Serrano.
A entrevista de Pedro Serrano reforça a necessidade de atenção redobrada frente a tentativas de manipulação jurídica e midiática. A disseminação de informações falsas não apenas confunde a opinião pública, mas também compromete a credibilidade das instituições democráticas. Assista:
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