Pacheco diz que marco temporal passará por comissão antes de ir ao plenário do Senado
Presidente do Senado destacou que tramitação mais lenta pode ser uma boa oportunidade para uma grande concertação e consenso para se equilibrar todos os interesses
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou à Reuters nesta quarta-feira que o projeto do marco temporal das terras indígenas vai passar por ao menos uma comissão temática da Casa antes de ir ao plenário, indicando que a proposta terá um ritmo de tramitação diferente do que teve na Câmara dos Deputados. "Vai passar por comissão", disse ele, rapidamente, à Reuters.
Na véspera, a Câmara impôs uma derrota ao governo e aprovou em plenário a proposta que estabelece um marco temporal para a demarcação de terras indígenas com forte apoio de deputados da base aliada e também com parlamentares cujos partidos têm ministros no governo.
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Em entrevista anterior à votação na Câmara, na terça, Pacheco disse que quer dar uma solução para o tema, destacando que pode ser uma boa oportunidade para uma grande concertação e consenso para se equilibrar todos os interesses, incluindo os dos povos indígenas.
"O que eu falei de cautela, de prudência, é submeter à comissão antes de submeter ao plenário, permitindo que quem queira debater esse tema possa ter o tempo também no Senado para esse debate", afirmou.
"E o que eu falei da busca de um consenso é porque os personagens envolvidos nesse tema, a presidência das duas Casas, o Supremo Tribunal Federal, os setores da sociedade civil que discutem esse tema, podem sentar à mesa para ter um diálogo, para identificar uma convergência", emendou ele, em fala anterior.
Reportagem da Reuters já tinha apontado que a tramitação da proposta seria mais devagar no Senado que na Câmara, segundo fonte ligada a Pacheco. O presidente do Senado disse ainda que a votação pelos deputados poderia inaugurar essa fase de conciliação no curso do debate aqui na Casa.
O projeto aprovado nesta terça pelos deputados prevê que só poderão ser demarcadas como terras indígenas as áreas ocupadas à época da promulgação da Constituição em 1988. Grupos indígenas protestaram nesta terça contra a medida em diversas cidades pelo país.
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