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    Palestino impedido de entrar no Brasil pela PF diz que exigirá 'desculpas e indenizações'

    "Continuaremos a busca legal para anular esta decisão injusta e exigir desculpas e indenizações. Estou absolutamente certo de que a justiça prevalecerá", disse Muslim Abuumar

    Palestino Muslim M. A Abummar e a Polícia Federal do Brasil (Foto: Reprodução | ABr)

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    247 - Muslim Abuumar, cidadão palestino impedido de entrar no Brasil por suspeitas de ligação com o grupo islâmico Hamas, quebrou o silêncio sobre sua repatriação forçada no domingo (23). Após retornar a Kuala Lumpur, capital da Malásia, Abuumar usou as redes sociais para expressar sua indignação e anunciar ações legais contra a decisão da Polícia Federal (PF).

    “Para mim e para os ativistas brasileiros que apoiam os direitos palestinos, a batalha ainda não acabou, e continuaremos a busca legal para anular esta decisão injusta e exigir desculpas e indenizações. Estou absolutamente certo de que a justiça prevalecerá no final”, postou  Abuumar no X, antigo Twitter, de acordo com a CNN Brasil

    Abuumar relatou, ainda, que sua "viagem familiar mal sucedida" para visitar seu irmão no Brasil foi prejudicada por suas atividades acadêmicas de apoio à luta palestina. Ele acusou a PF de agir sob ordens dos Estados Unidos, aliado de Israel na guerra contra o Hamas, e afirmou que foi interrogado sobre suas opiniões políticas e atividades acadêmicas relacionadas à causa palestina, sem direito a advogado ou tradutor.

    "“A polícia apresentou um conjunto de alegações forjadas de apoio ao terrorismo, devido à minha atividade acadêmica em apoio à causa palestina e à minha posição clara de apoio aos direitos palestinianos e de denúncia da ocupação terrorista sionista da Palestina”", afirmou Abuumar na postagem.

    O palestino, de 37 anos, desembarcou no Aeroporto de Guarulhos na sexta-feira (21), acompanhado de sua esposa grávida de 7 meses, seu filho de 6 anos e sua sogra, de 69 anos. Eles foram recebidos ainda na porta do avião por agentes da PF. No sábado (22), uma decisão liminar de Guarulhos impediu a repatriação até que a PF fornecesse mais informações em 24 horas. A defesa de Abuumar alegou desconhecer qualquer ligação com o Hamas.

    No domingo (23), após manifestação da PF, a Justiça Federal autorizou a repatriação da família. Na decisão, a juíza plantonista Millena Marjorie Fonseca da Cunha considerou que as informações prestadas pela PF tinham "fundamentação legal" e que não havia evidências de discriminação por raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opinião política.

    A PF alegou que Abuumar é suspeito de integrar o alto escalão do Hamas e de ser um porta-voz autorizado do grupo em inglês, estando em uma lista do FBI que monitora suspeitos de terrorismo. Além disso, a quantidade de bagagens que a família carregava foi considerada incoerente com a justificativa de turismo por duas semanas.

    Uma das suspeitas da PF é que Abuumar teria vindo ao Brasil para que sua esposa, grávida de 7 meses, tivesse o bebê no país, garantindo assim a naturalização e a permanência da família no Brasil. Abuumar, que teve seu visto renovado em junho, alegou que visitaria familiares no país, incluindo um irmão que mora em São Bernardo do Campo (SP). Em sua primeira visita ao Brasil, em janeiro de 2023, ele não constava na lista de suspeitos do FBI.

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