"Pauta da segurança pública não pode ser um monopólio da extrema direita", diz Cappelli

247 - O ministro em exercício da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, afirmou em entrevista à TV 247 nesta quarta-feira (3) que o tema da segurança precisa ser debatido pelo campo democrático e que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem “muitos resultados a mostrar" neste tema. "Não podemos deixar que a pauta da segurança pública seja um monopólio da extrema direita. Nós temos o que mostrar, diferente deles, que durante nestes últimos anos ficaram batendo tambor e fazendo blá-blá-blá sem ter o que mostrar”. Nesta linha, o governo deverá realizar uma campanha visando informar a população sobre as ações no enfrentamento à criminalidade.

“Esse é um debate que o campo democrático precisa fazer. Segurança pública aparece como item de principal preocupação em todas as pesquisas do Brasil. Ontem mesmo eu conversava com o prefeito do Rio e ele me dizia: ‘eu faço pesquisa no Rio há 30 anos. Há 15 anos mais intensamente. Pela primeira vez a segurança pública é o principal tema’. Então se é o principal tema da população, é muito importante que o governo federal faça esse debate”, disse Cappelli. 

Ainda segundo ele, “nós temos muito a mostrar, temos resultados". "Nós temos o Susp sendo estruturado, temos a Rede Nacional de Enfrentamento ao Crime Organizado, temos agora uma parceria com o Coaf, com o apoio do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para estruturar uma célula nacional de combate à lavagem [de dinheiro] e corrupção, aos crimes financeiros. Então nós temos muito trabalho a mostrar”, afirmou.

O ministro ressaltou, ainda, que o governo está atuando na melhoria da estruturação das polícias e das políticas de combate à violência. “Publicamos recentemente o edital e vamos construir 13 novas Casas da Mulher Brasileira, vamos construir 60 centros de esporte, lazer, cultura, qualificação profissional nas regiões de maior vulnerabilidade das grandes cidades. Nós estamos no processo do Bolsa-Formação; são 100 mil bolsas de R$ 900 para formação das nossas polícias. Até fevereiro a gente publica as diretrizes nacionais para utilização de câmeras corporais. Encaminhamos à Casa Civil um projeto de lei para tornar obrigatória a utilização de câmeras corporais. Então temos muito trabalho. Nós vamos desvendar o caso Marielle Franco”, assegurou ainda.

Em relação à publicização das ações na área de segurança, o governo federal deverá lançar ainda em janeiro a campanha ‘Brasil Unido contra o Crime’, focando nas ações da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e das Forças Armadas nas fronteiras, portos e aeroportos contra o crime organizado e as milícias. “Essa campanha é muito boa, muito importante, porque segurança pública é a principal preocupação da população brasileira e a gente precisa entrar nesse debate”, disse Cappelli.