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    Pesquisador da Fiocruz preso pela Lava Jato incomodava por defesa dos mais vulneráveis

    O relato de uma familiar de Guilherme Franco Netto, pesquisador de renome preso por operação da Polícia Federal, revela que sua atuação na Saúde sempre foi pautada pela defesa dos povos mais vulneráveis, como os povos indígenas da Amazônia

    Guilherme Franco Netto foi preso em condições até agora não esclarecidas (Foto: Abrasco/Divulgação)

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    247 - A prisão do pesquisador Guilherme Franco Netto, da Fiocruz, chocou a comunidade científica brasileira. Franco Netto é considerado um dos mais prestigiados pesquisadores do país. A Fiocruz soltou uma nota também se dizendo perplexa. 

    A Abrasco exigiu o esclarecimento sobre prisão de pesquisador da Fiocruz.

    Leia o relato de professora Regina Abreu, antropóloga e professora da Unirio:

    Amigos/as

    Mais uma arbitrariedade sinistra neste Brasil das perseguições políticas. Meu cunhado, o médico e pesquisador Guilherme Franco Netto, vice-presidente de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz foi preso hoje pela Operação Lava-jato numa ação comandada pelo Procurador Marcelo Bretas. 

    A acusação refere-se a delação de um empresário relativa a um contrato realizado no Ministério da Saúde quando Guilherme exercia um cargo de gestão. Posso assegurar que Guilherme é uma das pessoas mais íntegras, solidárias e generosas que conheço. Atualmente vinha incomodando bastante à frente da área de saúde e meio ambiente na defesa dos povos mais vulneráveis, entre eles os povos indígenas da Amazônia.

    Guilherme sempre se pautou pelo combate em prol de melhores condições para os mais vulneráveis. Era doutor em saúde coletiva e trabalhou com Sergio Arouca para quem fez campanhas políticas inúmeras vezes. 

    Escrevemos juntos um livro intitulado: Arouca meu irmão, onde relatamos a trajetória de Sérgio Arouca e toda uma geração de médicos que lutaram para implantar o SUS e uma política de Saúde Coletiva e Inclusiva.

    Fizemos juntos o filme O SUS no Brasil com apoio da Faperj contando a luta de militantes da Saúde Coletiva na implantação do SUS.

    Defenderemos a imagem do nosso querido Guilherme! Não vamos nos abater.

    Isto é perseguição política! Não passarão! Estamos juntos/as! Por um mundo mais humano, com respeito e dignidade, que não se destruam as reputações sem provas! Contra a judicialização da vida! Pela amorosidade nas relações humanas!

    NOTA OFICIAL DA FIOCRUZ

    A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) foi surpreendida na manhã desta quinta-feira (6/08) com a informação veiculada pela imprensa sobre a prisão do pesquisador Guilherme Franco Neto. A Fiocruz é rigorosa em seus mecanismos de controle e transparência inerentes ao sistema de integridade pública. O pesquisador Guilherme Franco é concursado e é um especialista de referência das áreas de saúde e ambiente, com extensa lista de contribuições à Fiocruz e à saúde pública. Diante das circunstâncias e como procedimento regulamentar, a instituição instaurou procedimento apuratório interno. A Fiocruz defende o princípio constitucional de presunção de inocência, tem convicção de que os fatos serão devidamente esclarecidos e está dando todo apoio necessário ao seu servidor, em contato direto com a família.

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