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    PF aponta vínculo entre Mauro Cid e Paulo Figueiredo Filho no caso da venda das joias árabes

    As investigações da Polícia Federal são uma tentativa reconstruir as interações entre os suspeitos de envolvimento nos atos golpistas e outras atividades ilícitas

    Mauro Cid e Paulo Figueiredo Filho (Foto: ABR | Reprodução)

    247 - Investigadores da Polícia Federal (PF) identificaram a ligação entre uma das principais vozes golpistas na imprensa, o ex-comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo Filho, e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que está preso desde maio por conta de um suposto esquema de fraude no cartão de vacinação de seu ex-chefe. 

    De acordo com informações do jornalista Marcelo Godoy, de O Estado de S. Paulo, no contexto que antecede os atos golpistas do 8 de janeiro, Mauro Cid e o coronel Jean Lawand Jr. trocaram mensagens via aplicativo acerca de críticas à atuação de generais do Alto Comando do Exército, um dia após Figueiredo Filho ter atacado durante transmissão os generais Richard Nunes, Tomás Miguel Paiva, e Valério Stumpf. Segundo o comentarista, eles se opuseram ao projeto golpista defendido pelos bolsonaristas acampados nos quartéis-generais. 

    As investigações da PF são uma tentativa reconstruir as interações entre os suspeitos de envolvimento nos atos golpistas e outras atividades ilícitas. Entre essas atividades destaca-se a suposta constituição de uma organização criminosa, com o propósito de comercializar joias desviadas do patrimônio da Presidência da República e de dissimular os recursos obtidos por meio da venda dos objetos valiosos.

    Nesse sentido, a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que autorizou a Operação Lucas 12:2 levanta provas da ligação de Figueiredo Filho e Cid no caso das joias. Na página 67, é descrita a ação visando a recuperação do designado "Kit Ouro Branco" foi realizada. Esse conjunto, presenteado a Jair Bolsonaro pelo governo da Arábia Saudita durante uma viagem em outubro de 2019, compreende um relógio Rolex em ouro branco e com diamantes incrustados, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico. Cid teria procedido à venda desses itens nos Estados Unidos.

    Em 9 de março de 2023, Cid conversou com o tenente Osmar Crivelatti, que teve papel importante no Exército e depois na assessoria de Bolsonaro. Cid enviou a Crivelatti um arquivo PDF com o endereço de uma joalheria em Miami, onde itens do "Kit Ouro Branco" foram deixados para venda. Na ocasião, Cid também compartilhou o contato de Paulo Figueiredo Filho e seu número de telefone. Agora as autoridades federais investigam o papel de Figueiredo Filho na ação relacionada ao "Kit Ouro Branco".

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