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    PF apresenta mensagens que comprovam que Bolsonaro "analisou e alterou" minuta golpista

    Corporação enviou relatório ao STF contendo diálogos do tenente-coronel Mauro Cid que atestam que ex-presidente participou da redação de minuta de decreto que instauraria golpe

    Jair Bolsonaro (Foto: ABr)

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    247 - Em um relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal (PF) afirma que dados coletados na investigação contra Jair Bolsonaro (PL) comprovam que ele "analisou e alterou" uma minuta de decreto que instauraria um golpe de Estado no Brasil, inclusive mantendo a determinação da prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. A informação é do jornal O Globo.

    Tais descobertas ocorreram por meio de mensagens analisadas pela PF que evidenciam, segundo os investigadores, que Bolsonaro estava ciente do conteúdo da minuta golpista, tendo inclusive participado ativamente da redação final do documento, com alterações próprias. As mensagens em questão são de uma conversa entre o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o coronel Freire Gomes. O diálogo é datado de 9 de dezembro de 2022, às 12h33, e, nele, Cid mencionou que o ex-presidente "enxugou o decreto". 

    “O presidente tem recebido várias pressões para tomar uma medida mais, mais pesada onde ele vai, obviamente, utilizando as forças né? Mas ele sabe, ele ainda continua com a ideia de que ele saiu da última reunião, mas a pressão que ele recebe é de todo mundo. Ele está… É cara do agro. São alguns deputados, né? Então a pressão que ele tem recebido é muito grande. É hoje o que ele fez hoje de manhã? Ele enxugou o decreto né? Aqueles considerandos que o senhor viu e enxergou o decreto, fez um decreto muito mais resumido, né?”, disse Mauro Cid.

    Em seu relatório, a PF diz que a mensagem “confirma a existência do decreto, que, ao que tudo indica, embasaria a execução de um golpe de Estado, que estava sendo ajustado pelo então presidente da República Jair Bolsonaro e que era de conhecimento do comandante do Exército. Mauro Cid confirma que Bolsonaro estava recebendo pressões para consumar a medida de exceção com utilização das Forças Armadas”.

    Ainda de acordo com O Globo, que teve acesso ao relatório da PF, a corporação também sustenta que há “dados que comprovam” que Bolsonaro “analisou e alterou uma minuta de decreto que, tudo indica, embasaria a consumação do golpe de Estado em andamento”.

    A defesa de Bolsonaro, por sua vez, nega que ele tenha tido qualquer envolvimento na "elaboração de qualquer decreto que visasse alterar de forma ilegal o Estado Democrático de Direito".

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