PF avalia que nova prisão de Mauro Cid não invalida provas da delação
Avaliação é que os fatos delatados por Cid foram corroborados por outras provas e depoimentos obtidos durante a investigação
247 - Investigadores da Polícia Federal (PF) avaliam que as provas apresentadas na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) continuarão válidas, apesar do militar ter sido preso novamente nesta sexta-feira (22). “Para os investigadores, as suspeitas de que Cid descumpriu termos de sua delação ao comentar sobre o assunto, em áudios revelados pela revista "Veja", não mudam a situação dos inquéritos que miram Jair Bolsonaro”, destaca reportagem do UOL.
A avaliação tem como base o fato de que os fatos delatados por Cid foram corroborados pelos diálogos encontrados nos telefones celulares apreendidos durante a investigação. Nesta linha, as articulações relacionadas a um suposto planejamento de um golpe de Estado, por exemplo, foram confirmadas não apenas pelos diálogos, mas também por testemunhos de ex-comandantes das Forças Armadas consultados por Bolsonaro sobre o assunto.
A PF também avalia que mesmo que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decida pela rescisão do acordo de delação de Mauro Cid, os depoimentos prestados por ele continuarão válidos, uma vez que o próprio militar teria provocado a rescisão ao descumprir os termos do acordo. Os termos do acordo da delação premiada de Mauro Cid não garantiam benefícios imediatos ao tenente-coronel, sendo a análise dos benefícios prevista para ocorrer ao término final das investigações pelo STF.
Com a busca e apreensão realizada na sexta-feira, os investigadores estão analisando se Mauro Cid mantinha comunicação com interlocutores de Jair Bolsonaro e se atuou para obstruir as investigações em curso.
A situação de Cid é comparada à do empresário Joesley Batista, que também enfrentou problemas em seu acordo de delação na Lava Jato, e acabou preso sob suspeita de omissão de informações e pela tentativa de enganar os investigadores. A questão só foi resolvida anos depois, quando ele repactuou os termos do acordo de delação, contando com a aprovação do STF.
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