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    PF diz que Abin atrapalhou investigação sobre tráfico de influência de Jair Renan, filho "04" de Bolsonaro

    Integrante da Abin foi flagrado em meio às investigações e admitiu que sua missão era prevenir "riscos à imagem" de Bolsonaro decorrentes da apuração conta o filho

    Jair Renan Bolsonaro, Abin e Polícia Federal (Foto: Reprodução/Instagram | Reprodução/Abin | Agência Brasil)
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    247 - Em um relatório enviado no final de 2021 à 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, a Polícia Federal afirma que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) interferiu na investigação que apura a suspeita de tráfico de influência por parte de Jair Renan Bolsonaro, filho “04” de Jair Bolsonaro (PL). 

    De acordo com o jornal O Globo, a informação veio à tona após um integrante da Abin, flagrado durante uma operação, admitir em depoimento que tinha a missão de levantar informações sobre o caso para prevenir "riscos à imagem" do atual ocupante do Palácio do Planalto. O órgão de inteligência é subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado pelo general bolsonarista Augusto Heleno. 

    Ainda conforme a reportagem, a operação da Abin ocorreu em 16 de março do ano passado, apenas quatro dias após Jair Renan e o preparador físico Allan Lucena se tornarem alvos da investigação pela suspeita de tráfico de influência. 

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    “Àquela época, Lucena percebeu que estava sendo seguido por um veículo que entrou na garagem de seu prédio. Incomodado, o personal trainer acionou a Polícia Militar. O suspeito, quando abordado, identificou-se como Luiz Felipe Barros Felix, agente da PF cedido para o órgão de inteligência. O episódio de espionagem foi registrado em um boletim de ocorrência. Ao ser chamado pela Polícia Federal para prestar esclarecimentos, Felix contou que trabalhava na Abin vinculado diretamente a Alexandre Ramagem, então comandante da agência e homem de confiança do presidente”, destaca a reportagem.

    Segundo relatado em depoimento pelo agente da Abin, a missão havia sido repassada para ele por “um auxiliar do chefe do órgão de inteligência” para levantar informações sobre um carro elétrico, avaliado em R$ 90 mil, que teria sido doado a Jair Renan e ao seu personal trainer por um empresário do Espírito Santo que tinha interesses junto ao governo federal. "O objetivo era saber quem estava utilizando o veículo", disse Felix à PF. "O objeto de conhecimento era para saber se os informes que pudessem trazer risco à imagem ou à integridade física do presidente eram verdadeiros ou não", completou.

    Segundo a PF, a “referida diligência, por lógica, atrapalhou as investigações em andamento posto que mudou o estado de ânimo do investigado, bem como estranhamente, após a ampla divulgação na mídia, foi noticiado, também, que o sr. Allan Lucena teria 'devolvido' veículo supostamente entregue para o sr. Renan Bolsonaro". Ainda segundo a PF, "não há justificativa plausível" para a diligência da Abin.

    Em nota, a Abin afirmou que “não há registro da referida ação nos sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). O agente de Polícia Federal Luiz Felipe Barros Felix não faz parte dos quadros da Abin desde 29 de março de 2021". O desligamento de Felix, contudo, ocorreu 13 dias após ele ter sido flagrado pelos agentes da Polícia Federal. 

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