PF faz buscas e apreensões em operação sobre suspeitas de corrupção de Juscelino Filho
Juscelino foi indicação do União Brasil ao governo Lula. O caso investigado envolve desvio de recursos de emendas parlamentares e diz respeito ao período em que ele era deputado
247 - A Polícia Federal cumpre na manhã desta sexta-feira (1) mandados de busca e apreensão para investigar alegações de corrupção envolvendo o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), informa Aguirre Talento, do UOL. A PF suspeita que o ministro tenha desviado recursos de emendas parlamentares através da estatal Codevasf, destinados à prefeitura de Vitorino Freire, no Maranhão, onde sua irmã, Luanna Rezende, também membro do União Brasil, ocupa o cargo de prefeita. Luanna Rezende é um dos alvos das operações de busca.
Esta é a primeira ação da Polícia Federal durante o governo do presidente Lula que atinge um membro de alto escalão do governo. Os eventos sob investigação ocorreram durante o período em que Juscelino Filho era deputado federal. A investigação da PF revelou comunicações entre Juscelino e um empresário responsável por obras no município, e estão sendo investigadas suspeitas de pagamentos a ele. A Polícia Federal chegou a solicitar a realização de buscas na residência do próprio ministro, mas o pedido foi negado pelo Ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Secom/Polícia Federal - A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta-feira (1/9), a Operação Benesse com a finalidade de desarticular organização criminosa estruturada para promover fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, envolvendo verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Policiais federais cumprem 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, nas cidades de São Luís/MA, Vitorino Freire/MA e Bacabal/MA. Também estão sendo cumpridas medidas cautelares diversas da prisão, tais como afastamento da função pública, suspensão de licitações e vedação da celebração de contratos com órgãos públicos, bem como ordens de indisponibilidade de bens.
A investigação, iniciada em 2021, teve a sua primeira fase ostensiva deflagrada em 20/7/2022 (Operação Odoacro), e a segunda em 5/10/2022 (Operação Odoacro II). A presente fase alcança o núcleo público da organização criminosa, após se rastrear a indicação e o desvio de emendas parlamentares destinadas à pavimentação asfáltica de um município maranhense.
Se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder por fraude a licitação, lavagem de capitais, organização criminosa, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva.
Pelo fato de os elementos indicarem que o líder do núcleo público da organização criminosa ora investigada utiliza emendas parlamentares para incrementar o seu patrimônio, denominou-se esta fase investigativa de “benesse”, que segundo o dicionário Oxford significa “vantagem ou lucro que não deriva de esforço ou trabalho”.
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