PF prende dois seguranças de Bolsonaro em operação contra dados falsos de vacina
Agentes da Polícia Federal também prenderam Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e realizam buscas na casa do ex-mandatário
247 - A Operação Venire, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (3), cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão e teve como alvos pessoas próximas a Jair Bolsonaro (PL). Além do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-mandatário, também foram presos o policial militar Max Guilherme e o militar do Exército Sérgio Cordeiro, seguranças que atuaram durante o mandato de Bolsonaro e que também o acompanharam nos Estados Unidos, quando ele deixou o país dois dias antes do término de seu governo. Bolsonaro foi alvo de mandados de busca e apreensão.
>>> Quem é Max Guilherme, segurança de Bolsonaro preso nesta quarta-feira pela Polícia Federal
Um outro alvo dos mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Venire foi o ex-assessor, Marcelo Câmara. A ação desta quarta-feira foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e visa esclarecer a atuação de associação criminosa constituída para a prática dos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde.
As inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários. Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes impostas pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de covid-19.
A apuração indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19.
As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação do que se convencionou chamar “milícias digitais”, em tramitação perante o Supremo Tribunal Federal.
Os fatos investigados configuram em tese os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.
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