“Pintou um clima”: venezuelana visitada por Bolsonaro diz que está 'cansada de ser usada politicamente'

247 - Um das venezuelanas que estavam na casa visitada por jair Bolsonaro em 2021, após ele dizer que “pintou um clima” entre ele e meninas de 14 anos, disse em entrevista ao Uol que não quer ser usada por Bolsonaro como “carne de canhão” ou “boi de piranha”, expressão semelhante aqui no Brasil que indica algo sem valor a ser sacrificado para que outros não sofram danos.

A declaração foi dada um dia após a campanha de Bolsonaro enviar a primeira-dama Michelle Bolsonaro e a ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF) para uma visita à dona da casa que Bolsonaro disse  em vídeo, que parecia ser uma casa de prostituição.

A mulher, que não quis se identificar por medo de retaliação, mora no Brasil há sete anos, e disse que “estamos cansadas de ser 'carne de canhão' para coisas de campanha política. Por favor, parem". 

De acordo com a mulher, no dia da visita de Bolsonaro à casa, em nenhum momento, foi falado sobre prostituição. "Falamos também se havia algum plano para nós, que nós precisávamos de ajuda. Nós ali não falamos de prostituição e não foi nada disso", disse.

A venezuelana reforçou que no dia era realizada uma ação social na casa. Profissionais de beleza cortavam cabelo, faziam escova, prancha e babyliss em um grupo de mulheres venezuelanas.  “Aqui tem muita gente trabalhando. Trabalhando e buscando como se sustentar, mas nada de prostituição", finalizou. 

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