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Pochmann alerta: 'o ataque planetário de Elon Musk ao Brasil não é uma ação tresloucada. É calculada'

'Faz parte de uma estratégia com uma tecnologia, que, atualmente, só as big techs podem pagar e usar', afirmou o dirigente. Veja a íntegra da análise feita pelo presidente do IBGE

Marcio Pochmann (Foto: Pedro França/Agência Senado)

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247 - O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Marcio Pochmann, afirmou nesta segunda-feira (8) que "o ataque planetário ao Brasil, feito pelo super-rico global Elon Musk, não é uma ação tresloucada".

"É calculada e bem executada, pois faz parte de uma estrutura e estratégia que usam os melhores profissionais e a melhor tecnologia disponível, que, atualmente, só as big techs podem pagar e usar", afirmou o dirigente.

Em postagem na rede social X, o presidente do IBGE reforçou que o bilionário faz ataques à soberania brasileira por causa de propostas que têm como objetivo regulamentar as redes sociais e, por consequência, evitar a propagação de fake news. "O Brasil tem técnicos à altura deste debate e de operar esse sistema Soberano. Os jogos começaram...".

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Elon Musk. Foto: Leon Neal/Pool via Reuters

Leia a íntegra do texto publicado pelo presidente do IBGE:

"É a soberania, caríssimo!

O ataque planetário ao Brasil, feito pelo super-rico global Elon Musk não é uma ação tresloucada. Ela é calculada e bem executada, pois faz parte de uma estrutura e estratégia que usam os melhores profissionais e a melhor tecnologia disponível, que, atualmente, só as big techs podem pagar e usar.

E por trás dessas ações de guerra contra os países, está a luta pela própria sobrevivência das big techs e desse modelo em que empresas são maiores que países, não precisam obedecer a leis, operam com sua própria constituição (a política de privacidade) e precisam, juntas, combater a soberania dos países e seus povos. Dessa forma, o debate sobre as redes sociais, a 'liberdade de expressão', são parte da 'narrativa' por traz da agressiva atitude do empresário Elon Musk (@elonmusk), ao enfrentar o STF (@STF_oficial), em especial o ministro Moraes, e o presidente Lula.

Essa pseudo 'narrativa' é a ponta do míssil, pois o real problema é o uso dos recursos e dados públicos, suas leis, bases de todo o sistema de alimentação da Inteligência Artificial, das big techs, que não podem e não querem pagar pelo uso e produção de dados, que é paga pelos países. Quanto custa manter centros de pesquisas e universidades? Quanto do balanço das big techs decorre de licenças pagas pelos países?

IBGE SINGED: Um sistema soberano

Após um grande diagnóstico, que envolveu mais de 10 mil partições de ibegean@s, feito em 2023, a partir do projeto IBGE 90 Anos, ficou claro, em mais de 800 páginas publicadas, que o diagnóstico e remédio necessário estão na receita aplicada, a partir de uma proposta coletiva de nova constituição digital nacional e mundial, que vai muito além de um debate de regras. Estamos falando de um embate de recursos e o ataque aos fundos e agentes públicos, ao povo, em meio a disputa pelos riscos e oportunidades da Era Digita. O Brasil vai ser um mero montador de carro, como foi na era industrial? Ou o Brasil vai criar suas próprias bases de desenvolvimento e inovação?

Com base neste diagnóstico, @ibgecomunica, enquanto maior e mais importante órgão oficial de informação do Brasil e um dos maiores do mundo, conclama o pensamento técnico e da sociedade a participarem no Rio (29/07 a 2/08) da Conferência Nacional dos Agentes Produtores e Usuários de Dados - Soberania Nacional em Geociências, Estatísticas e Dados: riscos e oportunidades do Brasil na Era Digital (https://eventos.ibge.gov.br/conferencia-soberania-nacional).

A presente inciativa, consagrada no passado e na parte da série de conferências históricas do IBGE como a CONFEST/CONFEGE, tem por objetivo discutir os riscos e oportunidades que derivam da atual governança da Era Digital, e tratar da consolidação do Sistema Nacional de Geociências, Estatística e Dados (SINGED). Ao ser operada fundamentalmente por empresas gigantes, maiores que países, a desigualdade digital assume novas dimensões, mais profundas, inclusive, que a tradicional exclusão e pobreza que eram próprias da antiga Era Industrial.

Os primeiros convidados foram o presidente Lula, que em diálogo conosco, em audiência, apoia essa iniciativa, e que tem conclamado o mundo a debater a governança global; e o secretário-geral da ONU, António Guterres (@antonioguterres), entidade que precisa assumir esse debate de forma mais concreta. E demais representantes dos poderes, empresas e da sociedade.

O Brasil tem técnicos e representes à altura deste debate e de operar esse sistema Soberano. Os jogos já começaram...

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