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    Policial federal preso por participar de trama golpista repassava dados sigilosos de Lula durante transição

    Wladimir Matos Soares estava envolvido em trama para matar Lula, Alckmin e Moraes

    Presidente Luiz Inácio Lula da Silva 30/07/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

    247 - O policial federal Wladimir Matos Soares, preso na manhã desta terça-feira (19) por participar de uma trama golpista que previa a execução do presidente Lula (PT), era responsável por repassar informações confidenciais sobre a segurança do presidente, informa a Folha de S.Paulo. Soares atuava na segurança da equipe de transição do governo Lula e, por isso, tinha acesso a detalhes da rotina do presidente eleito.

    Segundo a Polícia Federal, Wladimir enviou dados pessoais de um agente de proteção do petista e afirmou a aliados de Bolsonaro que estava à espera da "canetada" do então presidente para auxiliar no golpe de Estado. Em uma das mensagens enviadas ao capitão da reserva Sérgio Rocha Cordeiro, assessor especial da Presidência durante o governo Bolsonaro, ele escreveu: "Eu e minha equipe estamos com todo equipamento pronto p [sic] ir ajudar a defender o PALÁCIO e o PRESIDENTE. Basta a canetada sair ! [sic]".

    A investigação revelou que Wladimir trocou informações com Cordeiro, que também é investigado por participação no planejamento de um golpe e por envolvimento na fraude de cartões de vacina de Bolsonaro. Durante a transição, Wladimir teria enviado imagens e áudios sobre a equipe de segurança de Lula, buscando informações sobre um segundo sargento reformado, Misael Melo da Silva, que atuava no esquema de proteção do presidente eleito.

    "Como rolou aquela situação no prédio da Polícia Federal, ontem, eles acionaram a equipe do COT (Comando de Operações Táticas)... uma equipe do COT ficou à disposição, próxima", diz Wladimir em um dos áudios obtidos pela PF. O relato ocorreu após bolsonaristas tentarem invadir a sede da PF em Brasília, em dezembro de 2022, para libertar o cacique Serere Xavante, preso por incitar atos antidemocráticos. A segurança de Lula foi intensificada após os episódios de vandalismo, que incluíram incêndios de ônibus e caos na capital federal.

    O relatório da PF destaca que Wladimir não apenas forneceu informações estratégicas, mas também demonstrou "aderência subjetiva à ruptura institucional". As provas indicam que ele colaborou diretamente com uma organização que planejava um golpe de Estado, incluindo a execução de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

    O relatório afirma que Wladimir "atuou em unidade de desígnios com a organização criminosa", fornecendo subsídios para as ações que seriam desencadeadas caso um decreto golpista fosse assinado. A investigação sugere que ele usou sua posição para acessar informações confidenciais e repassá-las ao grupo bolsonarista.

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