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    Pressão de Bolsonaro sobre a Receita para liberar joias começou já no aeroporto

    Por meio da estrutura do Ministério de Minas e Energia, a chefia do Fisco foi acionada logo após a apreensão das joias para liberar os itens

    Bento Albuquerque com Bolsonaro, joias e Michelle (Foto: Isac Nóbrega/PR | Reprodução/Twitter | Carolina Antunes/PR)

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    247 - Já é público que Jair Bolsonaro (PL) usou o aparato do Estado para pressionar a Receita Federal a liberar as joias da marca Chopard, avaliadas em R$ 16,5 milhões, que haviam sido dadas como supostos 'presentes' a ele e sua esposa, Michelle Bolsonaro, pela monarquia da Arábia Saudita.

    O Estado de S. Paulo revela neste sábado (11) que a pressão de Bolsonaro sobre servidores da Receita começou já na chegada ao Aeroporto de Guarulhos. 

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    Os itens foram retidos pela Receita no aeroporto, quando um assessor do ex-ministro Bento Albuquerque tentou entrar no Brasil com as joias escondidas na mochila, sem declará-las.

    A equipe do ex-ministro acionou a direção da Receita Federal em Brasília imediatamente para tentar liberar os bens. "Bento Albuquerque ainda estava no aeroporto quando a chefia da Receita, que era comandada pelo então secretário José Tostes, foi acionada pela equipe do então ministro sob alegação de que havia um problema na alfândega que poderia atrasar a conexão do voo de Bento. Naquele momento, Sandro Serpa, que era subsecretário de Tributação da Receita, recebeu um telefonema do chefe de gabinete do ex-ministro, o contra-almirante José Roberto Bueno Junior", conta a reportagem.

    A ligação reforça o rol de investidas que o governo Bolsonaro promoveu para facilitar a passagem das joias.

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    Segundo Serpa, Bueno disse na ligação que havia um “problema em Guarulhos” envolvendo as bagagens de sua comitiva e citou um “presente”. Toda a situação, segundo o ministro, poderia atrasar seu voo para Brasília. Bueno também afirmou que não havia auditores para atendimento na alfândega. Serpa então estranhou, já que os servidores da Receita trabalham em turnos de 24 horas, em todos os dias da semana.

    Serpa ligou para o superintendente da Receita na 8 ª Região Fiscal de São Paulo à época, José Roberto Mazarin. “Eu fiquei preocupado com a informação de que o ministro iria perder o voo por conta de um suposto não atendimento da Receita. Esse foi o principal motivo de eu ligar para o superintendente”.

    Mazarin teria retornado mais tarde, contando que havia ocorrido a apreensão de um conjunto de joias inicialmente avaliado em US$ 265 mil. O ex-subsecretário do Fisco, então, relata que percebeu que a Receita tinha feito o seu trabalho e, no dia seguinte, comunicou ao então secretário especial da Receita, José Tostes, do ocorrido. 

    Tostes afirmou que ele que já “estava sabendo” do episódio. Ele perdeu o cargo 37 dias após a apreensão.

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