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Procuradora do MPF que vai investigar escândalo das joias de Bolsonaro é esposa de vereador bolsonarista

A procuradora Gabriela de Azevedo é esposa do vereador bolsonarista de Campinas Nelson Hossri (PSD)

Michelle e Bolsonaro em convenção no Maracanãzinho e joias (Foto: Ricardo Moraes/Reuters | Reprodução/Twitter)

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247 - O Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo designou a procuradora Gabriela Saraiva de Azevedo Hossri para investigar o escândalo das joias que entraram irregularmente no Brasil dadas pelo governo da Arábia Saudita a Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro. 

Segundo o blog da jornalista Rose Guglielminetti, a procuradora Gabriela de Azevedo é esposa do vereador de Campinas Nelson Hossri (PSD). O parlamentar é apoiador de Jair Bolsonaro. 

Em conjunto com o delegado Adalto Ismael Rodrigues Machado, da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da Polícia Federal de São Paulo, os dois eles vão apurar se houve a prática do crime de descaminho e advocacia administrativa na conduta de Bolsonaro. 

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O Ministério Público Federal recebeu informações e documentos coletados pela Receita Federal, que, na semana passada, apresentou uma denúncia ao MPF sobre as joias milionárias apreendidas por auditores fiscais em 2021 e que seriam destinadas a Jair e a Michelle Bolsonaro. 

De acordo com a legislação, presentes são patrimônio do Estado brasileiro e não bens pessoais. Um dos dois pacotes de joias tinha produtos avaliados em cerca de R$ 16,5 milhões, que iriam para a ex-primeira-dama. No segundo pacote tinha joias estimadas em cerca de R$ 400 mil. Em 2021, o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, confirmou que joias estimadas em R$ 16,5 milhões iriam para Michelle Bolsonaro.

Caso das joias ganha repercussão mundial

A imprensa internacional noticiou o caso de Jair Bolsonaro, cujo governo trouxe joias avaliadas em mais de 16 milhões de reais de forma ilegal para o Brasil. O jornal norte-americano The Washington Post divulgou o caso em um artigo intitulado “Bolsonaro nega envolvimento em atos ilegais relacionados às joias apreendidas”.

De acordo com a matéria, reproduzida pelo jornal francês Le Figaro, da França, “os investigadores agora vão avaliar se Bolsonaro estava tentando entrar no Brasil com as joias escondidas para não pagar impostos ou para evitar que elas fossem para o acervo público da Presidência da República. Se as joias fossem levadas para a coleção pública, ele não poderia levá-las consigo quando deixasse o cargo”.

Segundo o site da emissora Bloomberg, a controvérsia em torno das “joias misteriosas” que foram presenteadas ao governo brasileiro pela Arábia Saudita “preocupa” Bolsonaro e pode causar mais problemas para o ex-presidente quando ele retornar dos Estados Unidos. O artigo também foi reproduzido pelo jornal canadense Financial Post.

O Al Jazeera rotulou o caso como um escândalo e divulgou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, solicitou que a Polícia Federal investigue o incidente. Por outro lado, o Clarín, principal jornal da Argentina, noticiou que o líder de extrema-direita mobilizou os ministérios da Economia e das Relações Exteriores em uma tentativa fracassada de recuperar as joias.

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