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    Quem é “Colômbia”, indiciado pela PF por mortes de Dom e Bruno na Amazônia

    Vingança motivou o crime, indicou a PF

    Dom Philips e Bruno Pereira (Foto: PF/Divulgação | Reprodução)

    247 - A Polícia Federal (PF) apontou, em relatório final enviado ao Ministério Público, que Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como "Colômbia", é o mandante dos assassinatos do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. As mortes, ocorridas em 5 de junho de 2022, chocaram o Brasil e trouxeram à tona a complexa rede de ilegalidades na região do Vale do Javari, Amazonas, onde operam atividades de pesca e tráfico em terras indígenas. Villar é um personagem conhecido e temido na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, devido a suas ligações com atividades ilegais e uso de documentos falsos.

    Em relatos obtidos pelo portal Metrópoles, "Colômbia" é descrito como um operador de esquemas de pesca e venda ilegal de peixes dentro da reserva indígena Vale do Javari, um território onde Pereira e Phillips trabalhavam para investigar crimes ambientais e defender os direitos dos povos indígenas. "Colômbia" teria utilizado sua posição na comunidade ribeirinha para intimidar moradores e influenciar na exploração ilegal de recursos. Suspeito de liderar uma associação criminosa armada, ele seria o responsável pela exportação de grandes quantidades de pescado para países vizinhos, além de envolvimento com tráfico internacional de drogas.

    A figura de Rubén Villar na região é vista como de autoridade paralela, algo que se consolidou ao longo dos anos por meio de uma rede de alianças e intimidações. De acordo com as investigações, ele não só mantinha influência sobre moradores ribeirinhos como também se aproveitava da situação geográfica para garantir o fluxo de mercadorias ilegais entre os três países. A PF apurou que “Colômbia” exercia influência sobre a comunidade local para facilitar o transporte de produtos ilegais e sustentar um sistema de extração de recursos dentro das terras indígenas do Javari, colocando em risco as populações tradicionais e o meio ambiente.

    Após a repercussão dos assassinatos, "Colômbia" se apresentou voluntariamente à polícia, tentando desvincular-se das mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips. Em sua defesa, ele chegou a mostrar um documento brasileiro que indicava seu nascimento em Benjamin Constant, no Amazonas. No entanto, posteriormente apresentou um documento colombiano, afirmando ser de Puerto Nariño, e até um terceiro documento de identidade, dessa vez do Peru, levantando suspeitas sobre sua verdadeira nacionalidade e identidade. A PF acabou por concluir que o apelido "Colômbia" refere-se ao fato de ser originário do país vizinho.

    Rubén Villar foi preso em julho de 2022, após ser pego com documentos falsos, mas conseguiu o direito à prisão domiciliar mediante pagamento de fiança de R$ 15 mil. Em dezembro, foi novamente detido ao descumprir as condições de sua liberdade monitorada. Desde então, permanece encarcerado. No último dia 1º de novembro, a PF formalizou sua acusação como mandante dos assassinatos, e agora cabe ao Ministério Público decidir sobre o prosseguimento do caso.

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