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    Roberta Luchsinger ao 247: “A elite brasileira é mesquinha”

    Herdeira de um fundo milionário do banco Credit Suisse administrado por seus familiares, a mineira Roberta Luchsinger decidiu dar uma resposta ao juiz Sérgio Moro que bloqueou todas as contas do ex-presidente Lula; ela começou doando a mesada que recebia de seu avô e uma coleção de objetos de luxo que totalizam R$ 500 mil; "É uma doação simbólica", disse à TV 247; "Estava todo mundo só batendo no único homem que pegou e fez alguma coisa pelo Brasil", declarou; ela também fez críticas ao governo Temer, admitiu 'adorar pão com mortadela' e descreveu desta forma a classe social a que pertence: "A elite brasileira, em sua maioria, é mesquinha"; assista à íntegra

    Herdeira de um fundo milionário do banco Credit Suisse administrado por seus familiares, a mineira Roberta Luchsinger decidiu dar uma resposta ao juiz Sérgio Moro que bloqueou todas as contas do ex-presidente Lula; ela começou doando a mesada que recebia de seu avô e uma coleção de objetos de luxo que totalizam R$ 500 mil; "É uma doação simbólica", disse à TV 247; "Estava todo mundo só batendo no único homem que pegou e fez alguma coisa pelo Brasil", declarou; ela também fez críticas ao governo Temer, admitiu 'adorar pão com mortadela' e descreveu desta forma a classe social a que pertence: "A elite brasileira, em sua maioria, é mesquinha"; assista à íntegra (Foto: Gisele Federicce)

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    Por Alex Solnik, do 247 - Herdeira de um fundo milionário do banco Credit Suisse administrado por seus familiares, a mineira Roberta Luchsinger decidiu dar uma resposta ao juiz Sérgio Moro que bloqueou todas as contas do ex-presidente Lula, inclusive o fundo previdenciário de R$ 9 milhões: abriu uma campanha de doações a seu favor, como forma de desagravo.

    Começou doando a mesada que recebia de seu avô, falecido há um mês, e uma coleção de objetos de luxo que totalizam R$ 500 mil. "É uma doação simbólica", disse ela à TV 247, nessa entrevista exclusiva conduzida pelos jornalistas Gisele Federicce e Alex Solnik.

    "Estava todo mundo só batendo no único homem que pegou e fez alguma coisa pelo Brasil", disse ela. E resumiu: "Falar mal do Lula é agredir o país".

    Filiada ao PCdoB de São Paulo, pelo qual planeja concorrer a deputada estadual em 2018, Roberta também afirmou que o governo Temer é "um governo-tampão que está fazendo o país voltar ao que era antes de Lula".

    Também afirmou que "um governo que não é popular, como é o caso do Temer, não é um governo democrático". Embora use bolsas de grife, não é esnobe: "Eu adoro pão com mortadela".

    A respeito da classe social a que pertence, diz: "A elite brasileira, em sua maioria, é mesquinha".

    Leia a seguir os trechos principais e assista à entrevista na íntegra:

    GISELE FEDERICCE: Por que você decidiu doar 500 mil reais ao Lula em meio a tanto ódio contra ele?

    ROBERTA LUCHSINGER: Essa história tomou uma proporção que eu não imaginava. Foi o seguinte: era todo mundo só batendo, só batendo no único homem que, literalmente, pegou e fez algo concreto pelo Brasil. Eu não tenho recurso político nem financeiro pra ajudar todo mundo que precisa ser ajudado. Então, uma forma simbólica de contribuir com isso seria fazendo uma doação para o presidente Lula voltar, retomar essa esperança através da caravana que ele vai fazer a partir do dia 17 de setembro. Eu tinha artigos de luxo meus, bolsas, etc. Falei: vou doar para o presidente Lula fazer o que ele bem entender. Já que o Moro bloqueou os recursos dele vamos gerar recursos para ele.

    ALEX SOLNIK: Como é que as pessoas da tua classe social receberam essa tua proposta?

    ROBERTA: Eu tenho apanhado por um lado... "você é louca de fazer isso"!...e outros dizendo "nossa, bacana". Porque as pessoas entendem que isso é um modo de a gente ajudar não a Lula, propriamente, mas o que o Lula representa para o Brasil, para essa classe menos favorecida. Não dá para separar a figura dele da figura do Brasil. Falar mal do Lula, hoje, igual estão falando, demonizando o Lula, demonizando o Nordeste, os nordestinos é agredir o país. Então, a gente tem que doar recursos, ajudar para que ele retome o crescimento do país. Para que as pessoas da minha classe digam: "não adianta só falar que tem que mudar, a gente também tem que ajudar". Não adianta culpar ou inocentar. Tem que também fazer alguma coisa.

    ALEX: Roberta, como você percebeu o país de um ano para cá, desde que o Temer assumiu? E o que as pessoas com as quais você convive comentam a respeito dele?

    ROBERTA: Temer é um governo tampão... é um governo que está levando o país de volta ao que era antes do Lula. O que era antes do governo que eu apoio, um governo que visava o lado social. A partir do momento em que o governo não é popular, como é o caso do Temer ele não é um governo democrático e então ele não se preocupa com a classe trabalhadora, com aquela classe que precisa das bolsas, das farmácias populares... neste fim de semana estão encerrando o programa das farmácias populares...isso é uma coisa ruim porque estamos retrocedendo em vez de dar continuidade ao que o presidente Lula fez, a gente está caindo. Eu vejo isso nem como ruim, mas como péssi9mo.

    GISELE: E como você vê o julgamento e a condenação do presidente Lula, que incluiu o bloqueio dos bens dele.

    ROBERTA: Olha, a Lava Jato aniquilou totalmente o país...aniquilou empregos... aniquilou tudo o que diz respeito ao desenvolvimento do Brasil. Porque hoje ela se tornou um partido que faz parte do consórcio golpista contra tudo que vai em prol do desenvolvimento e do social. A condenação do Lula em primeira instância é baseada no que? Onde tem provas concretas? O caso do tríplex é quase uma aberração jurídica. Não sou eu que estou falando, grandes juristas estão dizendo isso. Se apresentarem uma prova real, concreta e não um power-point, eu posso até rever a minha opinião.

    ALEX: Está acontecendo um fenômeno interessante: a Lava jato está combatendo a corrupção do passado, mas ela continua no presente, no governo Temer. Por que está acontecendo isso?

    ROBERTA: Acho que essa pergunta temos que fazer ao juiz Sérgio Moro, ao próprio Temer. O Lula virou o culpado de tudo! Precisavam arranjar um motivo para a crise desse governo golpista e o motivo é o Lula. É mais fácil culpar, mesmo sem provas, o ex-presidente Lula do que combater realmente a verdadeira corrupção. É mala de dinheiro pra cá... é mala de dinheiro pra lá... é o outro que manda matar no telefone... e isso se perde no tempo... ninguém fala nada...Porque o foco hoje é não permitir que a classe social menos favorecida volte ao patamar político que o Lula deu.

    GISELE: Você acha que há uma perseguição contra o presidente Lula?

    ROBERTA: Total. Eu acho que existe.

    ALEX: Roberta, o governo está tentando aprovar um novo rombo fiscal, provavelmente resultado das negociações que garantiram a votação pela continuação de Temer no governo. Qual é o limite do rombo? Quando esse rombo vai ter fim?

    ROBERTA: Eu acho que esse rombo vai ter fim só quando esse governo terminar. O presidente que entrar vai sofrer muito com isso. Porque ele vai ter que pagar as contas que esse governo golpista está deixando.

    GISELE: A elite brasileira está bastante irritada com os problemas sociais... como você vê isso?

    ROBERTA: A elite brasileira, na maioria dela, é mesquinha. Ela olha o próprio umbigo. A elite brasileira não é formada por uma nobreza de valores e de caráter. Sobra dinheiro e falta valor.

    GISELE: O Lula costuma dizer que o rico fica incomodado quando vê o pobre andando de avião. Você acha que essas pessoas que convivem com você têm esse incômodo?

    ROBERTA: Muitos têm esse incômodo. Eu convivo com pessoas que realmente têm. Falam: pobre é vagabundo, não quer trabalhar, quer viver de bolsa. Eu escuto isso e acho péssimo!

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