Rui Costa Pimenta: Bolsonaro, Moro e Guedes são bem mais fascistas que Alvim

247 - O presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, em análise política semanal na TV 247, falou do vídeo nazista produzido pelo ex-secretário da Cultura Roberto Alvim, provocando sua demissão. Rui acredita que há outros integrantes do governo de Jair Bolsonaro que são ainda mais fascistas. Ele também falou da perseguição ao jornalista Glenn Greenwald, do Intercept, e de uma possível aliança entre Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão, e personalidades da direita.

Rui avaliou que Alvim evidenciou o que pensa Bolsonaro e sua equipe. Para ele, o ex-secretário apenas deixou mais claro do que poderia o pensamento nazista e fascista do atual governo. “Me pareceu perfeitamente de acordo com o governo Bolsonaro. Logicamente que o ex-secretário não se deu conta de que isso poderia gerar uma repercussão tão negativa. Eu acho que na realidade toda uma série de setores que pediram a demissão do secretário criam uma aparência equivocada do governo. Esse é um governo cuja ideologia é acentuadamente fascista, está cheio de pessoas que simpatizam com o nazismo, com o integralismo brasileiro, com o fascismo italiano e com inúmeras vertentes de organizações fascistas”.

O presidente do PCO afirmou que Bolsonaro, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, são bem mais fascistas que Alvim. “O que é o secretário perto do Bolsonaro? Bolsonaro é bem mais fascista do que ele. O que o Moro, por exemplo, fez como juiz é uma grande caminhada no sentido de uma ditadura. O Paulo Guedes, que muita gente acha que o neoliberal não é fascista, acabou de falar que o problema do clima e do meio ambiente é a população pobre”.

Flávio Dino e a direita

Rui Costa Pimenta comentou os diálogos articulados pelo governador Flávio Dino com personalidades políticas da direita, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o apresentador da TV Globo Luciano Huck, nomes que chegaram a ser ventilados como possível parte de uma aliança com Dino em 2022.

O presidente do PCO pensa que esta frente é um erro: “está sendo colocada em prática uma política que é defendida mais ou menos abertamente, que é de fazer uma frente que vai até a direita tradicional, explicitamente. Essa frente existe em muitos lugares, a coligação que elegeu o Flávio Dino no Maranhão é muito ampla. Diante da crise do Bolsonaro, ao invés de lutar contra o Bolsonaro, todo um setor da esquerda está fazendo um esforço de alargar a frente política para os setores mais direitistas e mais canalhas do país, como é o caso do FHC. A visita do FHC é, inclusive, escandalosa. O FHC é o Bolsonaro de anos atrás”.

Denúncia contra Glenn Greenwald

Jornalista de formação, Rui afirmou que a denúncia do Ministério Público Federal contra Glenn Greenwald, do The Intercept, após a divulgação da série que ficou conhecida como  Vaza Jato, revelando diálogos de autoridades que comandavam a Operação Lava Jato, não se trata de censura. Para ele, o episódio é uma perseguição jurídica e um aviso a quem esteja denunciando quem está no poder. 

“A acusação contra o Glenn já não é simplesmente censura, é uma franca perseguição judiciária contra o jornalista. Todo mundo sabe que o jornalista tem o direito de receber uma denúncia, documentos, e que ele não é responsável pelos atos que levaram à obtenção destes documentos. Está em marcha um processo de farsa contra ele, não tem nenhuma base jurídica. Já não é censura, já é um aviso a todas as pessoas, que é o seguinte: ‘por falar alguma coisa, fazer alguma coisa ou denunciar alguém você pode acabar na cadeia. Você pode denunciar um crime e acabar na cadeia’”.

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