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    'Ruptura institucional' foi discutida na reunião entre Delgatti e Bolsonaro, afirma advogado

    Advogado Ariovaldo Moreira, porém, não forneceu detalhes sobre a reunião, afirmando que as negociações para um acordo de colaboração premiada estão em andamento

    (Foto: ABR | Reprodução)

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    247 - O advogado Ariovaldo Moreira, representante do hacker Walter Delgatti Netto, conhecido como o “hacker da Vaza Jato”, afirmou em entrevista à Globonews, nesta quarta-feira (2), que durante um encontro envolvendo seu cliente, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi mencionada a possibilidade de uma “ruptura institucional".

    O advogado, porém, não pôde fornecer detalhes sobre a reunião, afirmando que as negociações para um acordo de colaboração premiada estão em andamento. Ainda segundo ele, Delgatti, que foi preso pela PF nesta quarta-feira (2), estaria disposto a fazer “novas revelações”, sinalizando que o hacker poderá fazer um acordo de delação premiada. 

    Durante a entrevista, Moreira afirmou que Delgatti Netto prestou serviços remunerados a Zambelli, e os pagamentos foram realizados por meio de depósitos em suas contas e na conta de seu irmão.

    O advogado também revelou que o hacker participou de uma reunião no Ministério da Defesa, na qual foram discutidas questões relacionadas à segurança das urnas eletrônicas utilizadas nas eleições. Delgatti Netto teria sido o responsável pela elaboração das perguntas enviadas pela pasta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), questionando a segurança dos equipamentos.

    Moreira anunciou ainda que entrará com um pedido de revogação da prisão preventiva de Delgatti Netto no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, "O que me preocupa neste momento não é a acusação que recai sobre meu cliente, mas o que me incomoda é ele estar preso. Ele colaborou com a Justiça. Se houve um mandado de busca na casa de uma deputada hoje, é porque meu cliente colaborou com as investigações. A prisão preventiva me pegou de surpresa, justamente porque ele narrou aos investigadores todo o caminho percorrido para invadir o sistema do CNJ. Levando em consideração que, mesmo condenado, ele não ficaria no sistema fechado, pela pena máxima do crime que lhe é imputado, a decisão sobre a prisão me parece abusiva", disse o advogado. 

    Também nesta quarta-feira, a deputada Zambelli foi alvo de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal. Mandados também foram cumpridos contra alguns de seus assessores, e foi expedido um mandado de prisão preventiva contra Delgatti Netto, que confessou ter invadido a plataforma do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e incluído um falso mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

    Em seu depoimento, Delgatti Netto afirmou que Zambelli pediu que ele invadisse as contas de e-mail e o telefone do magistrado, durante um encontro ocorrido em setembro de 2022, na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo. O hacker relatou que conseguiu acessar apenas o e-mail de Moraes, mas não encontrou nada comprometedor e não teve êxito ao tentar acessar o celular do magistrado. Ele também alegou ter tentado invadir o sistema de segurança das urnas eletrônicas, porém sem sucesso.

    Zambelli, que levou o hacker a reuniões em Brasília, afirmou a interlocutores que sua intenção era discutir a possibilidade de integrá-lo a uma equipe de consultores contratados para fiscalizar as urnas eletrônicas. A parlamentar acompanhou Delgatti em um encontro com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, na sede do partido, e outro com Bolsonaro, no Palácio da Alvorada.

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