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    Só mobilização popular pode reverter "colapso da democracia", diz cientista social

    “Tudo aquilo que, com esforço, fora construído a partir do final da ditadura militar, em termos de democracia e de promoção da justiça social, foi destruído em pouco tempo”, diz Luis Felipe Miguel

    (Foto: Foto: Reprodução)

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    Brasil de Fato - Natural do Rio de Janeiro, Luís Felipe Miguel (52) é professor titular do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UNB). Graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ele é também mestre e doutor em ciência política e ciências sociais pela UNB e pela Unicamp, respectivamente.

    Autor de livros como “Consenso e conflito na democracia contemporânea” (Editora Unesp, 2017) e “Dominação e resistência” (Boitempo, 2018), Miguel lança agora, pela editora Expressão Popular, “O Colapso da Democracia no Brasil”.

    Em 216 páginas, o carioca tenta explicar o período que vai da redemocratização do país - cujo marco é a Constituição de 88 - ao golpe de 2016, quando os alicerces democráticos voltaram a ruir.

    “Tudo aquilo que, com esforço, fora construído a partir do final da ditadura militar, em termos de democracia e de promoção da justiça social, foi destruído em pouco tempo”, diz ele, referindo-se à devastação promovida pelos governos Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PSL).

    “Como na antiga canção de Caetano Veloso, estamos 'na ruína de uma escola em construção': o que se desmonta jamais esteve inteiro”, escreve Miguel no livro.

    Nesta entrevista ao Brasil de Fato, ele diz que o Brasil caminha “paulatinamente” para um endurecimento do regime e que apenas a mobilização popular terá força para reverter o quadro.

    “Não acredito que estejamos condenados. Agora, para reverter isso, é importante entender que é necessária a mobilização popular. Não vai ser depositando as nossas energias completamente nas instituições políticas formais, porque essas instituições já mostraram que estão a serviço da classe dominante”, diz.

    Para Miguel, o caminho de “acomodação de forças” trilhado pelo ex-presidente Lula durante seu governo foi necessário e deu resultados importantes, mas foi também um limitador. “Quando as tensões começam a surgir, o lulismo está despreparado para resistir”, conclui.

    Leia a entrevista completa no Brasil de Fato.

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