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    Testemunha que Moro indicou a Dallagnol torna válida a prova, diz Wadih Damous

    "Para os que dizem que a prova do Intercept é ilícita cabe lembrar que uma fonte independente, que confirma o que foi dito, torna válida a prova", afirma o advogado e ex-deputado Wadih Damous sobre as revelações sobre a testemunha indicada por Sérgio Moro a Deltan Dallagnol contra Lula

    (Foto: Gustavo Bezerra)

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    247 - Wadih Damous, que foi deputado federal e ex-presidente da OAB do Rio de Janeiro, rebateu a tese lançada par tentar blindar Sergio Moro, ex-juiz e atual ministro da Justiça, e os procuradores da Lava Lato de Curitiba diante conluiu revelado pelas mensagens vazadas pelo The Intercept. 

    "Para os que dizem que a prova do Intercept é ilícita cabe lembrar que uma fonte independente, que confirma o que foi dito, torna válida a prova. É o que acontece com essa pessoa que confirmou ter sido procurada por Dallagnol para testemunhar contra Lula", destaca Damous, se referindo à reportagem da revista Veja que traz duas testemunhas que foram sugeridas por Sergio Moro ao procurador Deltan Dallagnol para atacar o ex-presidente Lula.

    Em reportagem divulgada nesta sexta-feira, 18, a revista Veja procurou as duas pessoas citadas na conversa entre Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, revelada pelo The Intercept. A testemunha era Nilton Aparecido Alves, de 57 anos, técnico em contabilidade que tem um escritório no centro de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.

    Segundo a reportagem, ele já foi investigado pelo Ministério Público, acusado de pagar propina a uma organização criminosa que fraudava impostos e teria gerado um prejuízo de R$ 44 milhões ao estado do Mato Grosso do Sul, entre 2015 e 2018. Alves não confirmou se foi contatado pela força-tarefa da "lava jato" ou se tinha informações sobre transações imobiliárias do filho de Lula. "Não sei por que meu nome está nessa história. Alguém deve ter falado alguma coisa errada", disse ao ser abordado pela revista.

    A publicação também procurou a segunda pessoa citada por Moro: o empresário Mário César Neves, dono de um posto de gasolina em Campo Grande. Segundo o ex-juiz, foi Neves quem ouviu a história de Nilton Alves sobre os imóveis do filho de Lula. Ele confirmou que foi procurado por um membro da "lava jato" em dezembro de 2015. "O pessoal do Ministério Público me ligou, não sei mais o nome da pessoa, mas ela queria saber quem era o Nilton, que serviços ele prestava e como poderia encontrá-­lo", disse.

    O empresário também confirmou que passou ao MPF o endereço e o telefone de Alves, mas não entrou em detalhes sobre as possíveis transações imobiliárias do filho de Lula. "Eu soube que o Nilton foi chamado para prestar depoimento logo depois dessa ligação para mim", disse.

    Para juristas, a ação compromete a imparcialidade e configura o crime de fraude processual. 

    Nesta quinta (28), o corregedor nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel Moreira, decidiu pelo arquivamento da representação disciplinar contra Deltan Dallagnol, aberta a partir do vazamento das mensagens. Segundo ele, não se pode atestar a veracidade das mensagens publicadas e, ainda que sejam autênticas, Deltan não cometeu nenhuma infração ética.

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