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    Vieira e Blinken discutem Venezuela e viagem de Lula aos EUA em primeiro telefonema

    Em um momento em que o governo de Joe Biden ensaia uma abertura ao diálogo com o governo venezuelano de Nicolás Maduro

    Mauro Vieira, Lula e Nicolas Maduro (Foto: Reprodução/Youtube | Valter Campanato/Agência Brasil | Reuters)

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    (Reuters) - O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou nesta terça-feira com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, em um primeiro diálogo que tratou, entre outros temas, da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos Estados Unidos e da situação na Venezuela, segundo fontes ouvidas pela Reuters.

    Em um momento em que o governo de Joe Biden ensaia uma abertura ao diálogo com o governo venezuelano de Nicolás Maduro, o tema do país vizinho vinha surgindo nas conversas entre os norte-americanos e o governo Lula mesmo antes da posse do presidente.

    No início de dezembro, Lula teve um encontro com o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, e o assessor de Biden para América Latina, Juan González. Na conversa, Sullivan disse a Lula que a posição norte-americana é de que seria fundamental uma eleição no país que os Estados Unidos pudessem considerar “justa”, e que, nesse caso, o vencedor seria reconhecido, de acordo com o relato feito à época pelo ex-chanceler Celso Amorim.

    O novo governo brasileiro é visto como uma possível ponte com a Venezuela, já que Lula sempre teve um bom relacionamento com os governantes do país.

    O telefonema durou cerca de 40 minutos e tratou de outros temas da agenda bilateral, incluindo meio ambiente, cooperação e comércio. No dia anterior, Blinken havia usado sua conta no Twitter para cumprimentar Lula e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, pela posse.

    "Estamos ansiosos para continuar a forte parceria entre Estados Unidos e Brasil e comércio, segurança, desenvolvimento sustentável, inovação e inclusão. Um brinde a um futuro brilhante para nossos países -- e o mundo", escreveu o secretário de Estado.

    Também foi assunto a viagem do presidente aos Estados Unidos. Os dois governos trabalham agora em uma data que funcione para os ambos os presidentes, mas não houve definição. De acordo com uma das fontes, é possível que a viagem ocorra em fevereiro, mas não houve definição.

    Lula foi convidado para a visita aos Estados Unidos durante a visita de Sullivan ao Brasil. O recado de Biden é de que poderia receber o brasileiro ainda antes da posse, o que não é usual. No entanto, o tempo curto e as dificuldades de montagem de governo e da aprovação da PEC da Transição levaram o presidente a adiar a visita.

    Lula tem já duas viagens marcadas. A primeira delas, entre 23 e 25 de janeiro, será para a Argentina, em uma visita oficial e também para participar da Cúpula dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac). A segunda, anunciada na segunda pelo presidente de Portugal, uma viagem oficial a Lisboa, em abril.

    Procurados, o Itamaraty e o Departamento de Estado dos EUA não responderam de imediato a pedidos de comentários sobre o telefonema.

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