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    Villas Bôas admite ter consultado ministros e elaborado tuíte ainda mais incendiário sobre Lula

    Em abril de 2018, quando ameaçou o STF para não soltar Lula na véspera do julgamento de um habeas corpus, o general chegou a formular uma mensagem ainda mais incendiária, mas foi contido por ministros do governo Bolsonaro, consultados por ele

    Bolsonaro batendo continência para general Villas Bôas (Foto: Divulgação)
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    247 - No livro em que revela que as mensagens publicadas no Twitter na véspera do julgamento sobre eventual soltura do ex-presidente Lula no STF foram articuladas pelo Alto Comando do Exército, praticamente admitindo o elemento militar do golpe contra Dilma Rousseff e posteriormente Lula, o general Villas Bôas, ex-comandante do Exército, também admitiu que o teor do conteúdo que ele iria postar era ainda mais incendiário.

    Antes da publicação, Villas Bôas chegou a consultar ministros do governo Bolsonaro, mas foi apaziguado por eles, relata reportagem da Folha de S.Paulo deste domingo (14).

    Os ministros eram o então ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, Fernando Azevedo, atual chefe da pasta, Luiz Eduardo Ramos, chefe da Secretaria de Governo, e o atual chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto. Outros também foram acionados, como o general da reserva Alberto Mendes Cardoso, conhecida voz moderada, e outros generais quatro estrelas.

    De acordo com o livro, que será publicado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e que traz uma entrevista concedida pelo general ao longo de cinco dias entre agosto e setembro de 2019, todos esses ministros trabalharam para evitar referências abertas à intenção de interferir nas instituições de poder. Villas Bôas aderiu às sugestões.

    Mais duas revelações

    O livro recém-lançado revela ainda dois fatos de extrema gravidade. Primeiro, o ex-comandante reitera não se arrepender do gesto. Segundo, ele admite o crescimento, dentro do Exército, do apoio a Jair Bolsonaro e a aversão crescente à esquerda brasileira, demonstrando um claro quadro de alinhamento político nas Forças Armadas.

    Ameaça aos ministros do STF

    Em abril de 2018, Villas Bôas buscou pressionar o STF (Supremo Tribunal Federal) para que decidisse contra um habeas corpus levantado pela defesa de Lula, que poderia resultar na soltura do ex-presidente. Faltando dois dias para o julgamento, o general postou o seguinte no Twitter: 

    “Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais? Asseguro à nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”.

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