"Depoimento de Tacla Duran está causando calafrios em Moro", diz Wadih Damous
O secretário Nacional do Consumidor citou o advogado Carlos Zucolotto, ligado a Sergio Moro, ex-juiz da Operação Lava Jato
247 - Ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - seccional Rio de Janeiro (OAB-RJ), o secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, alertou para a importância do depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran, que mora na Espanha e denunciou ter sido alvo de chantagem por parte do advogado Carlos Zucolotto, ligado a Moro, ex-juiz da Operação Lava Jato.
"O depoimento do advogado Tacla Duran ao juíz Eduardo Appio, marcado para segunda feira deve estar causando calafrios em Sérgio Moro, o que é compreensível. Duran sabe de verdades que Moro não quer ver reveladas de jeito algum. Prestem atenção nesse nome: Zucolotto, ex sócio da conja", escreveu Damous no Twitter.
Substituto de Moro na Lava Jato, o juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, intimou o advogado Tacla Duran para prestar depoimento, o que vai ocorrer por meio de videoconferência na próxima segunda-feira (27).
No último dia 16, Tacla Duran revogou a ordem de prisão de Tacla Duran e apontou abusos da Lava Jato quando Moro julgava os processos em primeira instância jurídica na operação.
Juiz menciona Vaza Jato
Na decisão sobre Tacla Duran, Appio citou na sequência os diálogos da Vazajato (diálogos entre Moro e membros do Judiciário paranaense divulgados a partir de 2019). Segundo as conversas, Moro agia como assistente de acusação e interferia na elaboração de denúncias, que devem ser feitas por promotores do Ministério Público Federal (MPF-PR).
"Como revelado, havia uma rede subterrânea de comunicação, digna de filme de espionagem, através da qual se selecionavam provas e alvos a serem atingidos, bem como quem seriam os juízes das causas criminais segundo as preferências da acusação (que é parte no processo)", afirmou Appio. "O cidadão Tacla Duran tem, a meu ver, o direito de exercer seus direitos de defesa (devido processo legal substantivo) em liberdade, até que sobrevenha eventual condenação (até porque se encontra hoje amparado em recentíssima decisão do Egrégio Supremo Tribunal)", disse.
A Vaza Jato demonstrou também que membros do Federal Bureau of Investigation (FBI) ou Departamento Federal de Investigação, dos Estados Unidos, estiveram no Brasil para ajudar nas investigações com foco em denúncias contra políticos do PT ou aliados. O objetivo do governo norte-americano seria estimular o povo brasileiro a votar em uma candidatura presidencial favorável à abertura do pré-sal para empresas estrangeiras.
Enquanto juiz da Lava Jato, Moro condenou, determinou a prisão política de Lula e tirou o petista da eleição de 2018. No ano seguinte, Moro aceitou ser ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), mas deixou o governo alegando tentativa de interferência na Polícia Federal, subordinada à pasta.
Condenações e fraude
Em 2021, o Supremo Tribunal Federal declarou a suspeição de Moro nos processos contra o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na última terça, o petista comentou a sua prisão política em entrevista ao 247.
Em 2022, quando tentava candidatura ao Senado, Moro foi derrotado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) por fraude em domicílio eleitoral e, como consequência, decidiu ser candidato pelo Paraná.
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