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    Entrevista com primeiro-ministro das Ilhas Cook

    Mark Brown não poupou elogios à China: “Percebi que a China está se desenvolvendo cada vez mais rápido”

    (Foto: CGTN)
    Nicolas Iwashita avatar
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    CGTN – Em sua primeira visita à China depois de tomar posse como primeiro-ministro das Ilhas Cook, Mark Brown não poupou elogios à China: “Percebi que a China está se desenvolvendo cada vez mais rápido.” Ele visitou Shanghai, Qingdao e Harbin, e manifestou sua expetativa de aprofundar a parceria estratégica abrangente com a China. Segundo ele, a paz e o desenvolvimento são de suma importância para os países insulares do Pacífico. Confira a entrevista exclusiva que Mark Brown concedeu ao Grupo de Mídia da China (CMG, na sigla em inglês).

    Jornalista: Sr. primeiro-ministro, a sua visita é a primeira de um premiê das Ilhas Cook à China em quase uma década. Quais resultados espera alcançar a sua vinda? 

    Mark Brown: Sou o quarto primeiro-ministro das Ilhas Cook a visitar a China nos quase 30 anos desde o estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países. Este é um marco importante no relacionamento entre as Ilhas Cook e a República Popular da China. O Acordo de Parceria Estratégica Abrangente que assinamos fornece uma base para cooperação entre nossos países em vários aspetos, incluindo questões de interesse e prioridades de desenvolvimento comuns.

    Jornalista: A China e as Ilhas Cook assinaram no dia 14 de fevereiro vários documentos de cooperação bilateral. Como o Sr. primeiro-ministro interpreta o significado desses acordos? Quais são suas perspectivas para o futuro da parceria estratégica abrangente entre os dois países?

    Mark Brown: Esses acordos refletem um espírito de cooperação e abrangem diversas áreas. A primeira delas é a pesquisa científica, inovação e tecnologia. Atualmente, a China é líder mundial em várias frentes de pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Esperamos ampliar nossas capacidades por meio de parcerias estratégicas com instituições e centros de pesquisa chineses."

    Jornalista: Ciência marinha e economia azul foram dois temas particularmente enfatizados pelo Sr. primeiro-ministro durante sua visita a Qingdao.

    Mark Brown: Realizamos trocas frutíferas com o 1º Instituto de Oceanografia do Ministério de Recursos Naturais da China, visitamos uma empresa de aquicultura e discutimos o potencial de desenvolvimento deste setor nas Ilhas Cook. As conquistas da pesquisa científica da China neste campo são muito impressionantes. De fato, o desenvolvimento da aquicultura tem contribuído  não apenas para a província de Shandong, mas também para a economia da China como um todo. Por meio da colaboração com a China, esperamos criar mais oportunidades para o povo das Ilhas Cook. A zona econômica exclusiva das Ilhas Cook cobre mais de 2 milhões de quilômetros quadrados, o que significa que a prosperidade futura do nosso país dependerá inevitavelmente da exploração sustentável dos recursos marinhos.

    Jornalista: Vamos falar sobre as relações bilaterais. Te Mato Vai, que significa "fonte de água" na língua maori das Ilhas Cook, é o nome dado a um grande projeto de infraestrutura hídrica. Este projeto é muito especial, sendo uma colaboração entre China, Nova Zelândia e Ilhas Cook. Este formato de cooperação é único não apenas em sua região, mas também no mundo. Como tal projeto pode melhorar as condições de vida da população local?

    Entrevista com primeiro-ministro das Ilhas Cook

    Mark Brown: Este projeto estabeleceu um precedente mundial ao modernizar o sistema de abastecimento de água em Rarotonga, a principal ilha das Ilhas Cook, que estava em operação há quase cem anos e precisava urgentemente de renovação. O empreendimento é de suma importância para as Ilhas Cook. Agora, mesmo durante períodos de chuva, a água da torneira permanece limpa, graças às novas instalações de filtragem e purificação. Além de garantir condições básicas de vida, o projeto também oferece um suporte essencial para o desenvolvimento econômico, assegurando água potável de alta qualidade. Por isso, é considerado um grande sucesso.

    Jornalista: Como líder de um país insular, o Sr. primeiro-ministro tem acompanhado de perto as alterações do clima e ressaltado, em diversas ocasiões, a grave ameaça que elas representam à segurança nacional e ao bem-estar da população. Em sua opinião, qual é o fator mais crítico para enfrentar esses desafios e mitigar os impactos das mudanças climáticas?

    Mark Brown: Já dissemos diversas vezes no Fórum das Ilhas do Pacífico que as mudanças climáticas se tornaram a maior ameaça à nossa sobrevivência. Muitas das nossas ilhas são atóis baixos, elevando-se apenas alguns metros acima do nível do mar. Portanto, as tempestades, a erosão costeira e a elevação do nível do mar não são mais apenas ameaças, mas são a realidade de nosso cotidiano. Para nós, a solução reside em nos tornarmos mais resilientes às mudanças climáticas. Devemos reforçar a proteção costeira para evitar a erosão da terra e reformar as construções para que suportem fortes ventos e ciclones. Esses são sérios desafios que precisamos abordar urgentemente. Não há dúvida de que os custos para fortalecer a resiliência às mudanças climáticas são significativamente mais altos para as nações insulares do que para outros países, devido ao pequeno porte de nossas economias. Por isso, o financiamento climático é essencial para o nosso desenvolvimento futuro, e continuaremos a buscar apoio da comunidade internacional.

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