Mais alto diplomata chinês se reúne com chefe da Assessoria-Especial do presidente brasileiro
Wang observou que o mundo de hoje está passando por mudanças profundas não vistas em um século
Beijing, 23 mai (Xinhua) - Wang Yi, diretor do Escritório da Comissão de Relações Exteriores do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh), reuniu-se com Celso Amorim, chefe da Assessoria-Especial do Presidente da República do Brasil, em Beijing nesta quinta-feira.
Wang, também membro do Birô Político do Comitê Central do PCCh, disse que a China e o Brasil são principais países em desenvolvimento e economias emergentes, bem como principais membros do BRICS, e as relações bilaterais vão além do escopo bilateral e têm significado estratégico e geral.
Observando que este ano marca o 50º aniversário dos laços diplomáticos China-Brasil, Wang disse que os dois lados devem revisar sistematicamente a experiência bem-sucedida do desenvolvimento das relações bilaterais nos últimos 50 anos. Eles devem levar em conta as mudanças na situação internacional e as respectivas estratégias de desenvolvimento de ambos os países, ao mesmo tempo que fazem planos estratégicos com visão de futuro, de modo a injetar novas conotações nas relações China-Brasil, estabelecer novas metas de desenvolvimento e abraçar conjuntamente os próximos "50 anos dourados".
Wang observou que o mundo de hoje está passando por mudanças profundas não vistas em um século, com a situação internacional se tornando caótica e entrelaçada e questões de focos de crises emergindo uma após a outra.
É corajoso ver que os países do Sul Global, representados pela China e pelo Brasil, alcançaram uma ascensão coletiva e promoveram uma estrutura de poder mundial mais equilibrada e razoável, disse ele.
A China apoiará totalmente o trabalho do Brasil como presidência rotativa do G20 este ano e está pronta para trabalhar com o Brasil e outros membros do G20 para garantir o sucesso da Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, disse Wang, observando que a China atribui importância à promoção da cooperação com o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e está disposta a fortalecer a coordenação com o Brasil para buscar um maior desenvolvimento das relações entre a China e os países latino-americanos.
Notando que as relações Brasil-China extrapolam o âmbito bilateral e têm significado estratégico, Amorim disse que o bom desenvolvimento das relações Brasil-China não só é benéfico para os dois países, mas também desempenha um papel importante na salvaguarda dos interesses comuns dos países em desenvolvimento e é propício à paz e estabilidade mundiais.
Amorim disse que o Brasil atribui grande importância à cooperação com a China, acrescentando que a China é o maior mercado do Brasil, e o volume de comércio entre os dois países está próximo de US$ 200 bilhões, o que ainda tem grande potencial de desenvolvimento.
Amorim disse que o Brasil está pronto para se comunicar de perto com a China, planejar a cooperação em vários campos, expandir a escala de comércio e investimento, expandir novos campos, como inteligência artificial e economia digital, e enriquecer constantemente a conotação de parceria estratégica abrangente Brasil-China.
Observando que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, atribui grande importância à erradicação da pobreza, e a China tem feito conquistas notáveis nesse sentido, Amorim disse que os dois lados podem fortalecer o intercâmbio e a cooperação.
Amorim disse que o Brasil e a China compartilham a mesma posição em muitas questões importantes. O Brasil apoia a América Latina e a China no fortalecimento da cooperação e está disposto a coordenar e cooperar estreitamente com a China em plataformas multilaterais como as Nações Unidas, o G20 e o BRICS, para defender o multilateralismo e se opor ao hegemonismo.
Os dois lados trocaram opiniões aprofundadas sobre a crise na Ucrânia e emitiram conjuntamente os "Entendimentos Comuns entre a China e o Brasil sobre uma Resolução Política para a Crise na Ucrânia". As duas partes concordaram que o diálogo e a negociação são a única saída viável para a crise, e todas as partes devem criar condições para a retomada do diálogo direto.
Os dois lados também expressaram seu apoio a uma conferência internacional de paz reconhecida pela Rússia e pela Ucrânia em um momento apropriado, com a participação igualitária de todas as partes e uma discussão justa de todas as propostas de paz.
Os membros da comunidade internacional são bem-vindos para apoiar e endossar os Entendimentos Comuns, fornecer conjuntamente uma voz forte para esfriar a situação e desempenhar um papel construtivo na promoção de negociações de paz, disse o documento.
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