Xi Jinping profere discurso importante na 19ª Cúpula do G20
Segundo o chefe de Estado, atualmente, transformação de escala nunca vista em um século está acelerando em todo o mundo
CMG – O presidente da China, Xi Jinping, compareceu à 19ª Cúpula de Líderes do G20 nessa segunda-feira (18), no Rio de Janeiro, no Brasil.
No debate sobre o combate à fome e à pobreza na I Sessão da cimeira, o líder chinês proferiu um discurso intitulado “Construir um mundo justo de desenvolvimento comum”.
Segundo o chefe de Estado, atualmente, transformação de escala nunca vista em um século está acelerando em todo o mundo, e a humanidade enfrenta oportunidades e desafios sem precedentes. Como líderes dos principais países, não podemos deixar que a nossa visão seja bloqueada pelas nuvens. Temos que ver o mundo como uma comunidade com futuro compartilhado, e assumir as responsabilidades pela história, tomar iniciativa histórica e levar adiante a história. Na Cúpula em Hangzhou, a China colocou o desenvolvimento pela primeira vez no centro da coordenação das políticas macroeconômicas do G20. A Cúpula no Rio este ano escolheu "Construindo um mundo justo e um planeta sustentável" como o seu lema e decidiu criar a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. De Hangzhou ao Rio, vimos trabalhando para uma mesma meta, isto é, construir um mundo justo de desenvolvimento comum.
Para construir um mundo assim, precisamos canalizar mais recursos às áreas como comércio, investimento e cooperação de desenvolvimento e fortalecer instituições de desenvolvimento. Tem que haver mais pontes de cooperação e menos "pequeno quintal, muros altos", para que cada vez mais países em desenvolvimento tenham vida melhor e alcancem modernização. Precisamos apoiar os países em desenvolvimento a adotar produção e estilo de vida sustentáveis e dar resposta adequada aos desafios como mudanças climáticas, perda da biodiversidade e poluição ambiental, destacando a conservação ecológica e a harmonia entre o homem e a natureza. É necessário criar um ambiente aberto, inclusivo e não discriminatório para a cooperação econômica internacional. Devemos promover uma globalização econômica universalmente benéfica e inclusiva, energizar o desenvolvimento sustentável com novas tecnologias, novas indústrias e novas formas de negócios, e apoiar os países em desenvolvimento a se integrar melhor ao desenvolvimento digital, inteligente e verde e diminuir o fosso entre o Sul e o Norte. Ainda precisamos persistir no multilateralismo. Devemos defender o sistema internacional centrado nas Nações Unidas, a ordem internacional alicerçada no direito internacional, e as normas básicas das relações internacionais que se baseiam nos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas.
Xi Jinping salientou que o desenvolvimento da China é uma parte importante do desenvolvimento comum do mundo. De acordo com o líder, a China tem tirado 800 milhões de pessoas da pobreza, e atingiu com antecedência o objetivo de redução da pobreza estabelecida na Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. Essa conquista é fruto dos esforços conjuntos e árduos do governo e povo chineses. Em tudo o que a China faz, o povo é sempre colocado no centro. A China declarou solenemente que “nenhuma região ou indivíduo pobre deve ser deixado para trás”. Para tratar a pobreza, o governo chinês elaborou políticas direcionadas, facilitou o crescimento econômico, reforçou as indústrias locais com características distintivas e promoveu a prosperidade comum. A história do alívio da pobreza da China prova que os países em desenvolvimento podem eliminar a pobreza, que um pássaro mais fraco pode começar cedo e voar alto, uma vez que tenha resiliência, perseverança e espírito de luta, que água mole pode furar pedra dura, e que planejamentos podem ser tornados em realidade. Conseguiu a China, conseguem os outros países em desenvolvimento. Eis o que significa o combate à pobreza da China para o mundo.
Xi Jinping frisou que a China é sempre um membro do Sul Global, um parceiro confiável de longo prazo para os países em desenvolvimento e um praticante e empreendedor que trabalha para a causa do desenvolvimento global. O país quer avançar de mãos dadas com os outros países em desenvolvimento rumo à modernização.
O presidente delineou oito ações da China para apoiar o desenvolvimento global.
Primeiro, promover a cooperação Cinturão e Rota de alta qualidade. A China segue construindo a rede multidimensional de conectividade Cinturão e Rota que é orientada para a construção da Rota da Seda verde e empoderamento da Rota da Seda digital.
Segundo, implementar a Iniciativa para o Desenvolvimento Global. A China garantirá que o centro de pesquisa do Sul Global em construção funcionará como planejado, continuará apoiando os países em desenvolvimento e aprofundará a cooperação prática nas áreas como redução da pobreza, segurança alimentar e economia digital.
Terceiro, apoiar o desenvolvimento na África. A Cimeira de Beijing do Fórum de Cooperação China-África anunciou dez ações de parceria para promover de mãos dadas com a África a modernização nos próximos três anos, bem como o apoio financeiro para o efeito.
Quarto, apoiar a cooperação internacional na redução da pobreza e segurança alimentar. A China decidiu aderir à "Aliança Global contra a Fome e a Pobreza", e apoia o G20 a seguir convocando a Reunião Ministerial de Desenvolvimento. Continuaremos comprometidos com a sediação da Conferência Internacional sobre Perda de Alimentos e Desperdício.
Quinto, a China, junto com o Brasil, a África do Sul e a União Africana, está propondo uma Iniciativa sobre Cooperação Internacional na Ciência Aberta para ajudar o Sul Global a ter melhor acesso a avanços globais em ciência, tecnologia e inovação.
Sexto, apoiar o G20 a levar a cabo cooperação prática para o benefício do Sul Global, os trabalhos do Centro de Pesquisa do Empreendedorismo sobre as Economias do G20 com sede em Beijing, e a cooperação na educação digital e a digitalização de museus e arquivos antigos.
Sétimo, implementar o Plano de Ação Anticorrupção do G20. Estamos fortalecendo a cooperação com outros países em desenvolvimento nas áreas como repatriação de fugitivos, recuperação de ativos, negação do refúgio de corrupção e capacitação anticorrupção.
Oitavo, a China está aprimorando a abertura de alto padrão e unilateralmente ampliando a abertura aos PMDs. A nação anunciou a decisão de oferecer a todos os PMDs que têm relações diplomáticas com a China o tratamento de taxas alfandegárias zero para 100 por cento dos produtos desses países.
“Uma jornada de mil quilômetros começa com o primeiro passo”, afirmou Xi Jinping no final de seu pronunciamento. Segundo o chefe de Estado, a China está pronta a dar passos junto com todas as partes para construir um mundo justo de desenvolvimento comum, deixar a pobreza no passado e transformar a nossa visão em realidade.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, presidiu a reunião.
Antes da cúpula, Xi Jinping e outros líderes compareceram à cerimônia de lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa proposta pelo Brasil.
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