COP30: "o BNDES está atuando para deixar um legado para a capital paraense", diz Mercadante

247 - Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), tem sido uma figura central em questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável e à recuperação econômica do Brasil. Desde fevereiro de 2023, à frente do BNDES, ele tem trabalhado para impulsionar investimentos voltados à sustentabilidade e ao desenvolvimento econômico do país.

Em entrevista à coluna da jornalista Marta Sfredo, da GZH, Mercadante discutiu as estratégias do BNDES para o enfrentamento da crise climática e o papel do banco na realização da COP30, evento que será sediado no Brasil. O presidente do BNDES destacou que, diante do cenário global de crescente negacionismo climático, a realização da COP30 em Belém coloca a cidade em uma posição estratégica para a agenda ambiental mundial. "O respeito do presidente Lula em todo o mundo tem sido fundamental para que o Brasil lidere a agenda verde e o processo de transição energética", afirmou.

O BNDES tem se comprometido com grandes investimentos em infraestrutura e serviços públicos em Belém, que visam deixar um legado duradouro para a cidade e seus habitantes. "O BNDES está atuando para deixar um legado para a capital paraense. São grandes investimentos em infraestrutura e na ampliação de serviços públicos, obras de macrodrenagem e urbanização, além de transporte, turismo e patrimônio histórico. O foco são as pessoas e a melhoria de vida da população, com obras definitivas, construindo um desenvolvimento justo e sustentável", ressaltou Mercadante. O presidente também enfatizou o papel do banco na construção de uma estratégia de desenvolvimento sustentável, que não apenas beneficie o Brasil, mas tenha impacto global.

Além disso, o BNDES tem desempenhado um papel fundamental na definição das metas e estratégias do Brasil para a COP30. O banco está promovendo uma série de iniciativas voltadas à sustentabilidade, como a criação de um projeto para certificar créditos de carbono. "Vamos realizar, por exemplo, uma audiência pública para avaliar a possibilidade de desenvolvermos uma instituição que possa certificar crédito de carbono. A iniciativa já teve início e estamos em consulta pública, lançada em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, aberta a contribuições até o dia 25 de abril".

A sustentabilidade também é um pilar central das atividades do BNDES, que tem liderado os financiamentos de energia limpa e renovável no país. De acordo com a Bloomberg, o banco é o maior financiador mundial de energia renovável, e, em 2024, estabeleceu recordes de aprovação de crédito para biocombustíveis, com R$ 4,3 bilhões. O BNDES também tem avançado na descarbonização e na preservação ambiental por meio de iniciativas como o Fundo Clima, que em 2024 alcançou R$ 10,2 bilhões em recursos, e o Fundo Amazônia, que, após um período de paralisação, foi retomado nos últimos dois anos, com a aprovação de cerca de R$ 2 bilhões para projetos de restauração florestal.

Mercadante também comentou o empenho do governo federal e do BNDES em apoiar projetos de restauração ecológica na Mata Atlântica, que continuam a ser um grande desafio no país. "O novo BNDES que estamos construindo é um banco comprometido com a economia verde, com a descarbonização e com a sustentabilidade ambiental", destacou o presidente. Recentemente, o governo anunciou investimentos de R$ 8,15 milhões para sete projetos de restauração ecológica em 485 hectares da Mata Atlântica, além de R$ 25,3 milhões para a revitalização do Parque Estadual da Serra do Mar.

Apesar das conquistas, Mercadante reconhece que o Brasil ainda enfrenta grandes desafios na preservação e restauração dos biomas, especialmente da Mata Atlântica. A ampliação das ações em larga escala será essencial para garantir a sustentabilidade a longo prazo e alcançar as metas estabelecidas pelo país em relação à mudança climática.