Itaipu financia reforma de cooperativa de reciclagem em Belém para a COP30
Investimento amplia capacidade de reciclagem da Concaves, melhora condições de trabalho e fortalece a inclusão de catadores na economia sustentável
247 - A preparação de Belém para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) inclui um investimento significativo na gestão de resíduos sólidos. A cooperativa Concaves, uma das maiores Unidades de Valorização de Recicláveis (UVRs) da região Norte, está sendo reformada com recursos do Convênio 71, financiado pela Itaipu Binacional e executado pela prefeitura. O projeto busca melhorar os índices de reciclagem e garantir melhores condições de trabalho aos catadores da cidade.
“Não há como falar de mudança do clima sem falar em resíduos”, afirma Débora Baía, presidente da Concaves. Com 1.770 m² de área, a cooperativa é a primeira de quatro UVRs de Belém a passar por reformas que modernizarão seu funcionamento. A estimativa é que sua capacidade de reciclagem aumente em 400%, chegando a 300 toneladas mensais de resíduos processados. O número de cooperados também deve crescer, garantindo renda maior aos trabalhadores.
A relevância do projeto se insere em um contexto global preocupante. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) projeta um aumento de dois terços na geração de resíduos sólidos urbanos até 2050. No Brasil, a destinação inadequada do lixo contribui para a emissão de milhões de toneladas de gases de efeito estufa. A iniciativa de Belém, além de atender à demanda ambiental, posiciona a cidade como referência em reciclagem na Amazônia Legal.
"A gente vai poder mostrar para todos os outros estados da Amazônia Legal que é possível uma cooperativa de catadores fazer a gestão de um espaço com essa magnitude", destaca Débora. Segundo Olmo Xavier, diretor-geral de Projetos da Secretaria Extraordinária da Casa Civil para a COP30, a modernização da Concaves trará impactos diretos para a limpeza urbana, a saúde pública e a inclusão socioeconômica dos catadores.
Os investimentos da Itaipu Binacional em Belém somam R$ 1,3 bilhão, configurando-se como o maior aporte financeiro da empresa pública fora de sua área de abrangência geográfica. Além das reformas nas UVRs, os recursos serão aplicados na compra de um barco movido a hidrogênio, em ações de educação ambiental e na criação do Distrito de Bioeconomia, que abrigará cerca de 30 empresas sustentáveis.
Um dos destaques do projeto é a implementação do Reciclômetro, ferramenta desenvolvida por técnicos da Itaipu para medir e sistematizar resultados da reciclagem. “Na sociedade tem o impostômetro, o hidrômetro e por que não o reciclômetro, para saber quanto se coleta em uma cidade?”, explica Luiz Suzuki, gestor dos contratos da Itaipu para a COP30.
O governo federal também reforça seu compromisso com os catadores. Em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva relançou o Programa Pró-Catador, agora rebatizado como Programa Diogo de Sant’Ana Pró-Catadoras e Pró-Catadores para a Reciclagem Popular. Além disso, o Novo Cataforte destinou R$ 103 milhões para fortalecer cooperativas e ampliar a coleta seletiva. Outra iniciativa, o Conexão Cidadã, visa oferecer assistência médica e psicológica a esses trabalhadores, reconhecendo a importância de sua atuação na sustentabilidade urbana.
Com essas ações, Belém se prepara para sediar a COP30 não apenas como anfitriã, mas como exemplo de inovação ambiental e inclusão social na Amazônia.
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