Presidente da COP30 destaca urgência climática e chama comunidade internacional à ação no Diálogo de Petersberg

247 - O embaixador André Correa do Lago, presidente designado da COP30, reforçou a urgência de ações climáticas imediatas durante o Diálogo de Petersberg sobre o Clima, realizado nesta terça-feira (25), em Berlim, na Alemanha. Em seu discurso, ele destacou a importância do evento como um passo crucial rumo à conferência de Belém, marcada para novembro, onde o mundo voltará os olhos para a luta contra as mudanças climáticas.

"Os impactos crescentes das mudanças climáticas estão sendo sentidos em todos os países e regiões. Ao mesmo tempo, soluções e oportunidades estão emergindo com mais clareza do que nunca — desde a revolução digital até a queda rápida dos custos de energia renovável", afirmou Correa do Lago. O evento, que há mais de duas décadas serve como um fórum político vital para avançar a agenda climática global, ganha especial relevância neste ano em que o planeta ultrapassou o limite de 1,5ºC definido no Acordo de Paris.

O embaixador ressaltou que a COP30 será uma oportunidade para reafirmar o multilateralismo e o papel da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. "Nenhum país pode resolver essa crise sozinho. Devemos trabalhar em parceria para atingir nossos objetivos comuns", declarou.

Um chamado ao 'mutirão' global contra a crise climática

Inspirando-se na cultura brasileira, Correa do Lago apresentou à comunidade internacional o conceito de "mutirão", uma tradição de cooperação comunitária. "Convido a comunidade internacional a se juntar ao Brasil em um mutirão global contra as mudanças climáticas, um esforço coletivo pela cooperação entre os povos para o progresso da humanidade", disse.

O presidente designado da COP30 destacou a importância de planos nacionais ambiciosos (NDCs) para alinhar esforços no combate ao aquecimento global. "O desafio à frente não pode ser superado por nenhuma nação isoladamente. Precisamos de um nível sem precedentes de cooperação internacional, solidariedade e responsabilidade compartilhada", reforçou.

Amazônia no centro das decisões

A escolha de Belém, no coração da Amazônia, para sediar a COP30 foi mencionada como um poderoso lembrete da urgência em proteger ecossistemas vitais. "A Amazônia desempenha um papel central na regulação do nosso clima, na preservação da biodiversidade e no sustento de milhões de pessoas", destacou Correa do Lago.

Ele também enfatizou a necessidade de enfrentar as profundas desigualdades nos impactos das mudanças climáticas. "A justiça climática não é uma mera aspiração; é um princípio fundamental que deve fundamentar cada decisão que tomarmos na COP30", afirmou, destacando que as comunidades mais afetadas devem estar no centro das soluções.

Implementação e não mais debates

O embaixador reforçou que a COP30 deve ser um ponto de virada para a implementação de políticas. "Debatemos, discutimos e negociamos. Agora é hora de implementar. O mundo está assistindo, e o planeta está esperando", declarou.

No encerramento de seu discurso, Correa do Lago também mencionou a importância de mobilizar o setor privado, a sociedade civil e as comunidades indígenas. "O setor privado tem um papel crucial na luta contra as mudanças climáticas. As empresas não são apenas chaves para a implementação de soluções sustentáveis, mas também são essenciais para a inovação", afirmou.

Com a COP30 se aproximando, o discurso no Diálogo de Petersberg serviu como um lembrete contundente de que os desafios são imensos, mas as oportunidades também são significativas. "Nossas ações hoje moldarão o futuro de nossos filhos, netos e das gerações vindouras", concluiu.