Cobertura vacinal razoável da população brasileira só em julho de 2022, diz ex-ministro da Saúde Arthur Chioro
“Nós teremos 300 milhões de doses de vacina até o final de 2021. Isso não é capaz de sustentar o fim da cadeia de transmissão da doença. Não estou chutando, estou olhando para os dados”, explicou Chioro à TV 247. Assista
247 - O ex-ministro da Saúde Arthur Chioro afirmou à TV 247 que o Brasil, caso o nível de desorganização do governo Jair Bolsonaro continue no mesmo patamar, só alcançará uma cobertura vacinal contra a Covid-19 capaz de frear a disseminação do vírus no país em julho de 2022. Isso ocorrerá, segundo ele, também por conta da política de austeridade pregada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, além do desmonte do Ministério da Saúde.
“Se não houver um freio de arrumação nessa relação institucional, e aí os governadores jogam um papel fundamental, os governadores têm que entrar muito pesado para poder fazer um realinhamento dessa relação, colocar no prumo, nós só vamos chegar a uma cobertura vacinal razoável para trazer proteção à sociedade brasileira em julho de 2022. Somando tudo que o general [Eduardo Pazuello, ministro da Saúde] colocou, nós teremos 300 milhões de doses de vacina até o final de 2021, isso significa vacinar alguma coisa em torno de 150 milhões. Isso não é capaz de sustentar o fim da cadeia de transmissão da doença. Não estou chutando, estou olhando para os dados”, disse o ex-ministro.
De acordo com Chioro, o Brasil é retardatário na vacinação contra a Covid-19 por conta da política negacionista de Bolsonaro, da economia de contenção de Guedes e do sucateamento da Saúde. “Dos cinco países com mais números de casos registrados de Covid no mundo, nós seremos os últimos a começar a vacinar, e isso tem a ver com a incapacidade de planejar, com essa postura política negacionista do presidente Bolsonaro, com a desmontagem técnica do Ministério da Saúde. Há por trás dessa história toda o dedo do Paulo Guedes. A incapacidade do governo de olhar para uma perspectiva de garantir vacinas para todos também tem a ver com a manutenção da lógica da austeridade fiscal durante o exercício do estado emergencial da Covid, que impede que o governo aloque o conjunto de recursos necessários”.
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