Covid: Brasil sofre apagão de dados oficiais
A falta de monitoramento mais preciso preocupa especialistas
247 - Em meio ao apagão de dados do Ministério da Saúde, que sofreu ataque hacker neste mês, farmácias e laboratórios têm identificado alta de casos de covid-19 e de gripe nos últimos dias. Com o avanço da variante Ômicron do coronavírus, mais contagiosa, a falta de monitoramento mais preciso preocupa especialistas. A reportagem é do jornal Estado de S.Paulo.
Nas redes sociais e entre pessoas públicas – como os cantores Caetano Veloso e Chico César e o vereador paulistano Eduardo Suplicy (PT) –, também aparece uma sequência de relatos.
No Grupo Fleury, a procura por testes dobrou, mas o alerta vem da taxa de casos confirmados: perto de 20%. “Estava com positividade de 3% a 2%, a nossa maior baixa. De repente começou a subir o número de pedidos e de positividade”, diz o infectologista Celso Granato, diretor clínico do grupo, um dos principais de medicina diagnóstica.
“Gostaria de falar que estão fazendo mais testes por precaução, para se encontrar com a família, mas, se fosse isso, não estaria dando tanto positivo.” Segundo ele, a demanda intensificada aqui e no exterior fez com que até outros laboratórios tenham procurado o grupo para terceirizar testes, diante da dificuldade de obter insumos no mercado. Sobre o vírus influenza (gripe), a situação também é atípica: mais de 27 mil testes só em dezembro (48% de positivos).
Ainda de acordo com a reportagem, situação similar é relatada pela rede Dasa, que reúne mais de 900 unidades ambulatoriais no País: a taxa de positividade da covid passou de 1,38% no dia 4 para 11,4% no último domingo. Virologista da Dasa, José Eduardo Levi diz que o índice de positividade era o mais baixo da pandemia no início do mês. São Paulo e Rio são os principais responsáveis por elevar a média. No caso da influenza, a positividade na Dasa subiu de 7% (dia 1º) para 24%, no sábado.
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