Covid: infecções vão continuar e devemos manter cuidados, diz ministra
Segundo Nísia Trindade, o coronavírus continua passando por mutações e infectando pessoas e a melhor forma de conviver com a doença é ter a população imunizada
Secom - Neste domingo, 7/5, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, fez um pronunciamento em Rede Nacional de Rádio e Televisão. Na mensagem, abordou a recente declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS), de que não considera mais a Covid-19 uma emergência de saúde pública global. “Depois de termos passado por um período tão doloroso, nosso país recebe essa notícia com esperança. Ainda vamos conviver com a Covid-19, que continua evoluindo e sofrendo mutações”, declarou.
Um alerta: É hora de intensificar a vacinação. As hospitalizações e óbitos pela Covid-19 ocorrem principalmente em indivíduos que não tomaram as doses de vacina recomendadas”
Nísia Trindade, ministra da Saúde
Em sua fala à nação, a ministra celebrou a redução progressiva do número de hospitalizações e óbitos no Brasil como resultado da proteção da população pelas vacinas. Segundo ela, há uma mudança de cenário do modo de emergência para o enfrentamento continuado, como parte da prevenção e controle de doenças infecciosas.
“Infecções pelo vírus SARS-COV2 vão continuar e devemos manter cuidados. Portanto, sistemas de vigilância, diagnóstico, redes de assistência e vacinação precisam ser fortalecidos”, explicou Nísia Trindade.
Sobre a necessidade de a população se vacinar contra a Covid-19, a ministra foi categórica. “Um alerta: É hora de intensificar a vacinação. As hospitalizações e óbitos pela Covid-19 ocorrem principalmente em indivíduos que não tomaram as doses de vacina recomendadas.”
Desde fevereiro, o Ministério da Saúde tem trabalhado ao lado de estados e municípios num movimento nacional pela vacinação de reforço contra a Covid-19. Nesse período, mais de 13 milhões de doses de vacinas bivalentes foram aplicadas no Brasil. O imunizante é destinado a todas as pessoas maiores de 18 anos que tenham completado o esquema primário.
A ministra relembrou ainda o luto geral que abalou o país durante a pandemia: “Infelizmente, no Brasil, perdemos mais de 700 mil pessoas. Cerca de 2,7% da população mundial vivem em nosso país, mas tivemos 11% do total de mortes”. Nísia Trindade apontou a influência da posição equivocada adotada pela antiga gestão no agravamento da situação da pandemia no país. “Não podemos esquecer! Precisamos preservar essa memória do que aconteceu para poder construir um futuro digno”, firmou a ministra.
SUS: PRIMORDIAL - No pronunciamento, a ministra homenageou os profissionais de saúde que enfrentaram a pandemia na linha de frente. “Quero agradecer a todas e todos que lutaram em defesa da nossa sociedade. Arriscando a própria vida, principalmente antes do desenvolvimento de vacinas.”
Nísia Trindade também fez menção aos esforços do Instituto Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz em desenvolver e produzir as vacinas que protegeram as pessoas do vírus. Também exaltou governadores, prefeitos e sociedade civil, que não seguiram a lógica do negacionismo e se engajaram na prevenção.
Segundo a ministra, o Sistema Único de Saúde (SUS) teve papel primordial na proteção da população. Ela chama a sociedade brasileira a refletir sobre a importância do SUS e de defender a saúde como direito universal:
“É hora também de aprendermos as lições dessa pandemia. De fortalecermos o Sistema Único de Saúde, o maior sistema universal de saúde do mundo. De nos prepararmos com programas consistentes para futuras epidemias e emergências sanitárias”.
ÍNTEGRA DO PRONUNCIAMENTO DA MINISTRA DA SAÚDE, NÍSIA TRINDADE:
Minhas amigas e meus amigos,
Boa noite
A Organização Mundial da Saúde declarou no dia 5 de maio que a pandemia de Covid-19 não é mais uma emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. Depois de termos passado por um período tão doloroso, nosso país recebe essa notícia com esperança.
Ainda vamos conviver com a Covid-19, que continua evoluindo e sofrendo mutações, mas temos há mais de um ano a predominância em todo o mundo da variante ômicron e suas sub-linhagens, sem o agravamento do quadro sanitário.
Temos uma redução progressiva do número de hospitalizações e óbitos, resultado da proteção da população pelas vacinas.
Neste cenário, entende-se que o momento indica uma transição do modo de emergência para um enfrentamento continuado, como parte da prevenção e controle de doenças infecciosas.
Infecções pelo vírus SARS-COV2 vão continuar e devemos manter cuidados.
Portanto, sistemas de vigilância, diagnóstico, redes de assistência e vacinação precisam ser fortalecidos.
Um alerta: É hora de intensificar a vacinação. As hospitalizações e óbitos pela Covid-19 ocorrem principalmente em indivíduos que não tomaram as doses de vacina recomendadas.
Por esta razão, o Ministério da Saúde, ao lado de estados e municípios, realiza desde fevereiro um movimento nacional pela vacinação de reforço para a Covid- 19.
Esta é a forma mais eficaz e segura de proteger nossa população. Precisamos estar unidos pela saúde, em defesa da vida.
Muitos foram os obstáculos ao longo desta pandemia.
O pior impacto foi a perda de tantas vidas e saber que muitas poderiam ter sido salvas.
Infelizmente, no Brasil, perdemos mais de 700 mil pessoas: 2,7% da população mundial vivem em nosso país, mas tivemos 11% do total de mortes!
Outro teria sido o resultado se o governo anterior, durante toda a pandemia, respeitasse as recomendações da ciência. Se fossem seguidas e cumpridas as obrigações de governante de proteger a população do país.
Não podemos esquecer! Precisamos preservar essa memória para poder construir um futuro digno.
Neste momento quero agradecer a todas e todos que lutaram em defesa da nossa sociedade. Arriscando a própria vida, principalmente antes do desenvolvimento de vacinas.
E, se as vacinas foram responsáveis por salvar vidas, devemos agradecer aos cientistas e aos laboratórios que as desenvolveram e as produziram. Um agradecimento especial ao papel desempenhado no Brasil pelo Instituto Butantan, pela Fiocruz e pela Anvisa. Mesmo com todo os desmontes da ciência e tecnologia, nossas universidades e institutos de pesquisa não mediram esforços na busca de soluções. Devemos agradecer também aos governadores e prefeitos que não se deixaram levar pelo negacionismo e contribuíram decisivamente para o enfrentamento da pandemia. E também a sociedade civil que se engajou nesse processo.
Apesar do negacionismo, dos ataques à ciência e da política de descaso, muitas vidas foram salvas devido ao SUS e ao esforço sem limite das trabalhadoras e trabalhadores da saúde. A todos agradeço, em meu nome e em nome do Presidente Lula, que tem se dedicado desde o primeiro dia de nosso governo à política do cuidado e ao fortalecimento do SUS.
É hora também de aprendermos as lições dessa pandemia. De fortalecermos o Sistema Único de Saúde, o maior sistema universal de saúde do mundo. De nos prepararmos com programas consistentes para futuras epidemias e emergências sanitárias. De fortalecermos nossa capacidade científica e tecnológica e de superarmos as desigualdades sociais, que fazem com que a pandemia atinja de forma desigual aqueles em situação social de maior vulnerabilidade.
É hora, sobretudo, de valorizarmos a vida, a saúde e a cultura democrática.
Vamos atuar juntos, governo, trabalhadoras e trabalhadores da saúde, comunidade cientifica e toda a sociedade para preservar a vida e melhorar as condições de prevenção de doenças e promoção da saúde. Para nunca mais vivermos os dias terríveis do passado recente e construirmos um futuro melhor.
Boa noite e boa semana.
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