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    Pelo menos 78 municípios preveem crise de escassez de oxigênio

    A informação é de um levantamento parcial da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). O número de municípios com escassez de oxigênio pode ser ainda maior

    (Foto: Prefeitura de Jundiaí)
    Juca Simonard avatar
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    247 - Oxigênio para pacientes de Covid-19 está prestes a acabar em pelo menos 78 municípios, segundo a Frente Nacional de Prefeitos (FNP). O levantamento foi feito pela entidade, que enviou questionários a 2,5 mil das 5.570 prefeituras.

    Os números apresentados pela FNP correspondem aos dados recolhidos pelas 574 prefeituras que responderam ao questionário entre quinta-feira, 18, e sexta-feira, 19. Sendo um levantamento parcial, o número de municípios com escassez de oxigênio pode ser ainda maior.

    O governo Jair Bolsonaro tem buscado não ser responsabilizado pela crise. No último dia 15, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que será substituído no cargo por Marcelo Queiroga, respondeu, em entrevista: "o que o Ministério da Saúde tem a ver com produção, transporte e logística de oxigênio?”. Durante a crise no Amazonas no início do ano, Bolsonaro disse que não era atribuição do governo federal enviar o insumo para o estado.

    Valores exorbitantes e reposição de oxigênio

    Em Rio Branco, capital do Acre, a prefeitura denunciou que os valores para a compra de oxigênio são "exorbitantes". Segundo o G1, Ibiapina, no Ceará, e Delfim Moreira, em Minas Gerais, informaram que já estão sem oxigênio e recorrendo a cidades vizinhas para reposição.

    Já algumas prefeituras relataram que o estoque de oxigênio para pacientes é suficiente para menos de uma semana. São João do Sabugi, no Rio Grande do Norte, afirmou ter estoque para, no máximo, cinco dias, enquanto Guaraciaba do Norte e Granja, ambas no Ceará, relataram que o oxigênio acabaria em 48 horas.

    Falta de oxigênio na Região Norte

    Representantes do ramo da indústria química, em reunião com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na última sexta-feira, 12, afirmaram que a situação de oferta de oxigênio hospitalar é preocupante no Brasil.

    Segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abriquim), a situação de escassez a curto prazo é pior em estados do Norte, como Acre e Rondônia. No início do ano, o maior estado da região, Amazonas, viveu um colapso sanitário caótico diante da falta de oxigênio nos hospitais.

    Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), através de ofício enviado ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o fornecimento de oxigênio em Rondônia pode durar apenas mais 15 dias. O estado vive uma situação de superlotação na rede hospitalar. No início de março, todos os leitos já estavam ocupados.

    "Em caráter urgentíssimo, encaminho os Ofícios nº 3902 e 3925/2021/SESAU-ASTEC, de 11 de março de 2021, para conhecimento e, se possível, articulação junto ao Ministério de Saúde para adoção de providências quanto ao risco iminente de desabastecimento de oxigênio no Estado de Rondônia, evitando-se que o Estado chegue à situação calamitosa enfrentada pelo Estado do Amazonas", escreveu a procuradora Gisele Dias.

    O governo de Rondônia relata que vive "os piores momentos com relação à pandemia" e que as unidades de terapia intensiva (UTIs) estão com 100% da capacidade ocupada.

    Falta medicamentos para pacientes em UTIs

    Soma-se a isso a falta de dezenas de medicamentos para pacientes internados em UTIs, segundo informação foi levantada pelos governos estaduais e entregue à Anvisa.

    A falta de medicamentos ocorre em meio ao avanço das internações causadas pela Covid-19. Estados começaram a registrar escassez de medicamentos usados para intubação, como sedativos e relaxantes musculares.

    Segundo o Fórum de Governadores, 18 estados estão com estoques muito baixos de neurobloqueadores, e há também risco de desabastecimento de oxigênio, como ocorreu no início do ano no Amazonas.

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