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    Dominguetti diz que esteve três vezes no Ministério da Saúde e confirma à CPI pedido de propina

    Cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da Davati Medical Supply, afirmou que US$ 3,50 era o valor da cada dose na primeira tratativa para a aquisição de vacinas pelo governo. Segundo ele, Roberto Dias, ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, teria pedido propina de US$ 1 dólar por dose

    Cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominguetti Pereira (Foto: Edilson Rodrigues - Ag. Senado)

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    247 - Em depoimento à CPI da Covid, nesta quinta-feira (1), o cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominguetti Pereira confirmou que esteve no Ministério da Saúde em três ocasiões para a negociação de importação de vacinas. Ele informou que, durante os encontros, conversou com o ex-secretário executivo da pasta Elcio Franco, o responsável pela aquisição de vacinas. 

    “O primeiro contato com Ministério da Saúde foi em Brasília com uma ONG onde eles propuseram ofertar vacinas por valor humanitário. Ofertamos e fomos encaminhados para o Sr.  Elcio Franco, que ali era o setor responsável pela aquisição de vacinas. Também me foi apresentado um coronel do exército coronel Blanco (Marcelo Blanco) que também tinha interesse na aquisição de vacinas”, disse.

    “Proposta de propina, a primeira proposta era menor do mercado com preço de 3,50 (dólares) por dose”, afirmou.

    O valor de US$ 3,50 era o valor da dose na primeira tratativa sem propina, que, segundo ele, só viria com um US$ 1 dólar por dose a pedido de Roberto Dias, ex-diretor de logística do Ministério da Saúde.

    Na comissão, ele disse que a ideia era o governo adquirir 400 milhões de doses. "Dono da Davati, Herman Cardena, tinha acesso ao mercado, de quem tinha a vacina. Então ele ofereceu ao governo brasileiro. Três pessoas do Ministério da Saúde receberam a proposta. Lauricio, Elcio Franco e Roberto Dias", acrescentou.

    Lauricio Monteiro Cruz é diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis.

    O cabo também disse que tinha autorização da empresa Davati Medical Supply para dialogar com o governo sobre a aquisição de imunizantes e, em outra ocasião, antes da CPI, havia informado que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de assinar contrato.

    Na véspera de um encontro com o servidor Roberto Ferreira Dias e um representante da empresa Davati Medical Supply, o coronel da reserva Marcelo Blanco da Costa abriu uma empresa de representação comercial de medicamentos - a Valorem Consultoria em Gestão Empresarial, em Brasília. Blanco era assessor no departamento de logística do ministério na gestão de Dias.

    Em seu depoimento, Dominguetti afirmou que “não conhecia o senhor Roberto Ferreira Dias”. “Fui apresentado ao coronel Blanco, que se mostrou interessado no processo de aquisição de vacinas. Fui apresentado ao Roberto Dias pelo coronel Blanco. Ele (Roberto Dias, Blanco e o Cristiano – Ceo  da Davati) já vinha fazendo estas tratativas com a Davati. Foi quando ele, o Blanco, sugeriu que eu viesse a Brasília", contou.

    O militar afirmou que no dia 25 de fevereiro se encontrou em um restaurante com Blanco, um empresário que não lembra o nome e Roberto Dias.

    “Foi apresentada a proposta original. No primeiro momento o Roberto Dias pareceu muito solícito. Tudo caminhando dentro da normalidade, dentro do processo". 

     Assista à CPI pela TV 247:

     

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