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    Democracia em Vertigem, de Petra Costa, não leva o Oscar de melhor documentário

    Filme que retrata o golpe de 2016 não foi escolhido pela academia, mas a cineasta brasileira consolidou a narrativa sobre a farsa que foi o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. No tapete vermelho em Los Angeles, a diretora disse que o filme “é uma carta de amor ao Brasil” e que “a cura do Brasil depende do voto de cada um”

    Cineasta Petra Costa no tapete vermelho do Oscar 2020 (Foto: Reprodução/Twitter)

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    247 - Na disputa pelo prêmio de Melhor Documentário no Oscar 2020, o brasileiro Democracia em Vertigem não levou a estatueta na noite deste domingo 9, durante cerimônia no Dolby Theatre, em Los Angeles (Califórnia), mas a cineasta Petra Costa conseguiu o feito de repercutir em todo o mundo a narrativa sobre a farsa que foi o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

    A produção de Petra Costa tinha concorrentes fortes: Indústria Americana, de Steven Bognar e Julia Reichert; The Cave, de Feras Fayyad; For Sama, de Waad Al Kateab e Edward Watts; e Honeyland, de Tamara Kotevska e Ljubomir Stefanov. Quatro dos cinco indicados eram dirigidos por mulheres, algo inédito na premiação.

    No pré-Oscar, chamado de ‘tapelho vermelho’, a cineasta declarou, em entrevista ao canal TNT: “O filme é uma carta de amor ao Brasil, ao país que eu sonhava que eu ia ter, e que eu cresci tendo a certeza de que a democracia era uma coisa certa né, resultado de uma vida de luta dos meus pais, e foi muito triste perceber desde aquela primeira manifestação que eu filmei, aquilo acontecendo, semente de fascismo que tava brotando nas ruas em alguns momentos e se alastrando. Então eu acredito que isso não é da alma brasileira. Eu acho que a gente é um povo que consegue lidar com as diferenças. Claro que tem algumas perversidades institucionais, como o racismo institucional, mas esse ódio não é da alma brasileira e eu espero que a gente consiga se curar disso”.

    Questionada se o Brasil tem cura, Petra defendeu a política: “A cura do Brasil depende do voto de cada um. Eu não aguento mais ouvir as pessoas falando que político é tudo igual, que todo político rouba. Isso é o segredo para a gente continuar perpetuando desigualdades que a gente tem no Brasil”.

    Um trecho inédito do filme foi divulgado neste domingo 9, com uma fala do então deputado federal Jair Bolsonaro, de 2016, dizendo que cortaria fundos para as artes já que os filmes brasileiros nunca chegam ao Oscar. “Aqui está o meu presente para o presidente do Brasil”, provocou a cineasta no Twitter, compartilhando reportagem do jornalista Jamil Chade, do UOL, que divulgou o trecho (confira abaixo).

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