Marcelo Rubens Paiva: governo Bolsonaro tem várias semelhanças com um regime de nazifascismo
O jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva falou com a TV 247 sobre o desmonte na Cultura promovido por Jair Bolsonaro e sua equipe e comentou o vídeo de caráter nazista feito pelo ex-secretário da Cultura Roberto Alvim. “Assustou aqueles que estavam com vendas nos olhos, porque nós estamos vendo isso há muito tempo”, disse. Assista
247 - O escritor, roteirista e jornalista Marcelo Rubens Paiva conversou com a TV 247 sobre o sucateamento da Cultura no governo de Jair Bolsonaro e disse não ter se impressionado com o vídeo gravado pelo ex-secretário de Cultura Roberto Alvim, no qual ele usou declarações do ministro da Propagando de Hitler, Joseph Goebbels, para anunciar um edital para o setor cultural.
Para Marcelo, o vídeo de Alvim não é cortina de fumaça, como muitos argumentam, e nem é fator de surpresa, é apenas mais uma evidência das semelhanças entre o governo Bolsonaro e um regime de nazifascismo. “Não fiquei surpreso e nem achei que o governo fez cortina [de fumaça]. É um governo que faz uma homenagem abertamente a um dos maiores torturadores da história, o Brilhante Ustra, um governo que chama [o chileno Augusto] Pinochet de ‘grande estadista’, que homenageia a viúva do Ustra, que sempre faz ameaças contra os jornalistas, que prega a castidade, que tem como lema o ‘Brasil acima de tudo’, são vários dados que a gente tem levantado de semelhanças deste governo com um regime nazifascista”.
“Assustou aqueles que estavam com vendas nos olhos, porque nós estamos vendo isso há muito tempo, a destruição dos movimentos sociais, a forma como esse governo tem tratado a imprensa, os líderes de questões urgentes do meio ambiente, a forma como ele trata os orientais, as piadinhas contra homossexuais. A gente estava vendo isso, de repente quem ficou surpreso foi o presidente do Senado, do Congresso, do Supremo, a embaixada de Israel. Só agora?”, completou.
Pertencente à classe artística do país, Marcelo Rubens Paiva afirmou que seus colegas de profissão estão deprimidos, desesperados e assustados com o desmonte de suas áreas profissionais. “A classe está muito deprimida, está realmente desempregada, as pessoas estão desesperadas e a classe cinematográfica, essa indústria que emprega 600 mil pessoas e que estava fazendo perto de 200 produções por ano, toda parada. A classe teatral também está temendo porque as leis de incentivo também estão paradas”.
Apesar disso, ele ressaltou que não há razões para temer já que, mesmo sem apoio financeiro, a cultura resiste. “Eu estou na luta, já enfrentei ditadura, já fui censurado, já fui perseguido, não me abalo por isso. Acho que tem muitos artistas que ficam meio abalados de se colocar contra, não precisa. Existe cultura, existe vida sem patrocínio”.
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