Marcelo Rubens Paiva reconhece pouca chance no Oscar: “tomara que Hollywood dê uma rasteira no óbvio”

247 - O escritor Marcelo Rubens Paiva foi o entrevistado do programa Roda Viva, da TV Cultura, na última segunda-feira (23), em uma conversa que girou em torno do impacto do filme Ainda Estou Aqui, inspirado em seu livro homônimo, e das expectativas para o Oscar. Durante o bate-papo, ele refletiu sobre as chances do longa e trouxe detalhes sobre a produção, além de compartilhar momentos emocionantes vividos ao lado do elenco.

A campanha em torno da possível indicação da atriz Fernanda Torres ao Oscar de Melhor Atriz foi um dos principais temas discutidos. Muitos fãs enxergam a vitória como uma forma de reparação pela derrota de Fernanda Montenegro, indicada em 1999 por Central do Brasil. Marcelo, no entanto, ponderou sobre o cenário competitivo: "Eu acho dificílimo. A Fernandinha mais difícil", afirmou.

Entre as concorrentes cotadas para a categoria estão estrelas de peso como Demi Moore, Nicole Kidman, Angelina Jolie e Tilda Swinton, o que, segundo o escritor, torna a disputa ainda mais acirrada. "São atrizes absurdamente geniais e fantásticas, são as melhores atrizes de Hollywood, que já ganharam Oscars inclusive. Tomara que Hollywood dê uma rasteira no óbvio", acrescentou Marcelo, torcendo por uma surpresa na premiação.

Apesar das dificuldades, o autor trouxe otimismo ao mencionar que o jornal norte-americano The New York Times incluiu Ainda Estou Aqui entre os possíveis indicados não apenas na categoria de Melhor Filme Internacional, mas também de Melhor Filme. Ele ainda revelou informações recebidas em conversas com representantes da Sony Pictures, que apontaram chances em várias categorias: Melhor Filme Internacional, Melhor Filme, Melhor Atriz para Fernanda Torres, Melhor Ator Coadjuvante para Selton Mello e Melhor Roteiro para Heitor Lorega e Murilo Hauser.

No programa, Marcelo também relembrou uma experiência marcante ao assistir ao longa pela primeira vez em Veneza, ao lado da atriz Fernanda Torres. Ao final da sessão, emocionado, ele confessou: “'Eu te amo'. Eu chorei que nem uma viúva italiana”, brincou, arrancando risos da plateia.

Com direção de Walter Salles Júnior, o filme tem emocionado o público e levantado discussões sobre temas como memória, perda e superação, narrados com intensidade e poesia. A participação de Marcelo no Roda Viva reforça o impacto que Ainda Estou Aqui vem conquistando, tanto no Brasil quanto no cenário internacional.

A torcida pela vitória no Oscar é grande, mas, como lembrou o escritor, o mais importante é que o filme já conseguiu romper barreiras ao conquistar espaço em uma das maiores indústrias cinematográficas do mundo. "Tomara que Hollywood dê uma rasteira no óbvio" — e que o Brasil brilhe mais uma vez.